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segunda-feira, maio 20, 2024
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Jambu pode ser usado na saúde, cosmética e alimentícia

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Além de ser um ingrediente tradicional da indústria alimentícia no Estado, o jambu, herança da cultura indígena, conhecida nacional e até internacionalmente, pode ser utilizado também nas indústrias farmacêutica e cosmética. A planta é foco de uma das pesquisas do Laboratório de Tecnologia Supercrítica (Labtecs), no Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá (PCT), localizado ao lado da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém.

A pesquisadora Ana Paula Silva, doutoranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFPA, estuda há mais de cinco anos o jambu, desde o plantio, passando pela cadeia produtiva de processamento até a pesquisa sobre as melhores formas de entregar esse produto para a sociedade.

“O jambu é um produto muito versátil, que nos dá possibilidade de aplicação em diferentes indústrias. Inicialmente, desenvolvemos uma espécie de condimento, com sabor e aroma característicos, que garante sensações diferenciadas aos alimentos”, contou a pesquisadora Ana Paula Silva

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“A partir deste tempero, conseguimos desenvolver extratos que são ricos no composto bioativo de maior interesse em cima do jambu no mundo inteiro, que é o espilantol, substância que causa dormência. Com o uso de tecnologias e procedimentos sustentáveis, sem solventes tóxicos, estamos desenvolvendo outros produtos”.

O creme que ajuda no relaxamento facial e atenua as linhas de expressões, está entre os produtos desenvolvidos pelo LABTECS com o jambu, que possui diversas propriedades benéficas para o corpo humano. Um gel lubrificante íntimo, voltado para a indústria do sexy shop, livre de toxicidade, com ação estimulante sexual, também foi desenvolvido.

Já para a área da saúde, principalmente para a bucal, a equipe desenvolveu um filme de desintegração rápida, inicialmente, focado em pessoas em tratamento de câncer, que, geralmente, são acometidos pela doença da boca seca.

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“A doença pode diminuir o processo de salivação, que pode provocar feridas, dor e o desenvolvimento de microrganismos, bactérias, fungos na boca. Então, visando as propriedades que o jambu tem de diminuir a dor, estimular a salivação, com potencial anti-inflamatório, nós desenvolvemos o filme, que a pessoa coloca na boca e ele se desintegra imediatamente, para atenuar esses problemas. Ainda para a saúde bucal, desenvolvemos um enxaguante, sem álcool na formulação, para ajudar pessoas que fazem tratamento dentário”, explica a doutoranda Ana Paula.

Com o apoio garantido pelo Estado, por meio do programa “BioPará”, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), o laboratório tem tecnologia de ponta e com pesquisadores que utilizam metodologias com bases científicas para desenvolver, aplicar e avaliar a qualidade e o alto potencial dos produtos obtidos destinados à indústria, com o intuito de atender às necessidades do mercado através da tecnologia e inovação.

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O coordenador do LABTECS, Raul Carvalho Jr., explica que o laboratório trabalha com a flora da Amazônia, das plantas medicinais aos frutos, com o objetivo de verticalizar a produção. “Desenvolvemos bioativos da Amazônia, o que valoriza a nossa biodiversidade e faz com que a gente conheça melhor a nossa floresta, entendendo a importância dela seguir em pé e o fruto que ela pode trazer para nós quando descobrimos fármacos ou bioativos que possam ser entregues para a sociedade”, destacou ele. “Entre alguns dos elementos que trabalhamos, estão o açaí (antocianina e azeite); cacau (casca e semente); buriti; uxi (gordura antioxidante); muruci (rico em luteína); cupuaçu (carne vegetal); castanha-do-pará (azeite, carne vegetal), entre outros. Extrair bioativos dos frutos e plantas medicinais demonstra o valor da floresta”, ressalta. O Laboratório de Tecnologia Supercrítica (Labtecs) funciona no Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá – Avenida Perimetral, km 01, Guamá. Para maiores informações: labtecs.pct@ gmail.com.

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