A avenida Almirante Tamandaré, na Cidade Velha, passará por reestruturação para dar lugar a um moderno parque linear e um novo Porto Hidroviário. Essas mudanças fazem parte de um conjunto de obras do Governo do Pará que será iniciado na capital visando à preparação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em novembro de 2025.
Com cerca de um quilômetro de extensão, que vai da rua Doutor Assis até a travessa Padre Eutíquio, o projeto inclui áreas destinadas ao lazer, esporte e entretenimento. Estão planejadas comportas e passarelas metálicas com mirante, quiosques, jardins de chuva, espaços para piqueniques e eventos culturais, ciclovias, além de um sistema de esgoto com tratamento de resíduos, entre outras estruturas.
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Por se tratar de uma das principais vias da cidade, a avenida Almirante Tamandaré conecta diversos estabelecimentos como um tradicional shopping da região, instituições educacionais, supermercados, clínicas, lojas e residências, também do Centro Comercial de Belém. Por isso, uma das características marcantes é o intenso fluxo de veículos, de pedestres e moradores.
Josué Garcez, 73 anos, morador da região há mais de cinco décadas, testemunhou a evolução da avenida, desde quando era cercada por vegetação até se tornar um canal de alvenaria. A notícia da criação do parque linear trouxe esperança não apenas para empreendedores como ele, mas também para os moradores, que esperam mais movimento e oportunidades de renda.
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Além disso, Josué garante que o bairro necessitava de melhorias há muito tempo. “Sempre esperei por esse momento e agora, com a confirmação, estou na contagem regressiva para que comecem as mudanças. O comércio vai se desenvolver, moradores terão oportunidades de oferecer produtos e a população em geral terá mais um espaço de entretenimento, lazer e outras coisas mais”, pontua.
TERMINAL
Outra novidade é que, com a execução das obras para transformar a Almirante Tamandaré em um parque linear, o projeto prevê a construção de um novo Terminal Hidroviário na região. O espaço será utilizado tanto pelos comerciantes que já utilizam o atual porto para a venda de seus produtos quanto pelos passageiros que pretendem embarcar para regiões próximas a Belém, como a Ilha do Combu.
A estrutura será composta por um píer com capacidade para receber até quatro embarcações simultâneas e uma estação para até 500 passageiros. Segundo a Companhia de Portos e Hidrovias do Pará (CPH), trata-se de um equipamento que tem como objetivo proporcionar novas áreas de lazer, explorando o seu potencial turístico e garantindo o desenvolvimento urbano e econômico.
Desta maneira, a aposentada Joana Silva, 61, que utiliza a via periodicamente, entende que o projeto previsto trará não apenas a criação de espaços de lazer, esporte e entretenimento, mas também a implementação de uma infraestrutura que promova a sustentabilidade ambiental, a diversidade e a qualidade de vida dos moradores e visitantes da região.
Logo, Joana acredita que a obra oferecerá melhorias significativas em todos os aspectos. “Estamos diante de um evento de grande magnitude, onde os olhos de todas as pessoas do mundo já estão direcionados para cá e coloca a nossa cidade no topo dos destinos turísticos. Fora que, são obras para depois da COP 30 e que continuará, de certa forma, beneficiando a toda a população”, afirmou.
Esse projeto de modernização se mistura com a própria história da avenida Almirante Tamandaré. No século XVIII, por exemplo, a cidade se restringia à parte próxima ao rio, no entorno de onde se instalou o Forte do Presépio. No entanto, a necessidade de interiorização da cidade fez com que alguns alagados, como o Igarapé do Piri, que abrange essa via, fossem aterrados.
Desde então, a pista possibilitou novas ocupações e modificações que se intensificaram com o passar dos séculos. O que naquela época lembrava um igarapé cercado por vegetação – com pontes de madeira -, com o passar do tempo se transformou em um canal de alvenaria com calçadas, melhor planejado, como é o que tem hoje, lembra Sônia Ribeiro, de 62 anos.
Assim sendo, a comerciária garante que a realidade da população atualmente é outra e 2024 marca um novo momento para a avenida. “Tudo o que foi feito nos anos anteriores teve sua importância, principalmente do crescimento de Belém, seja em questões territoriais, como a própria economia. Não é à toa que o maior centro de compras e vendas funciona justamente nas adjacências da Tamandaré”.
Já para João Ferreira, 43, o parque linear e um novo Porto Hidroviário trarão não apenas modernidade para frente da própria residência, mas também melhorias para o próprio negócio. Morador da Tamandaré há 20 anos, o borracheiro revela que esse ponto específico, até a avenida 16 de Novembro, é considerada uma área com pouco movimento.
“Vamos deixar de ser apenas um ponto de passagem para o Portal da Amazônia ou para o Mangal das Garças e se tornar, de fato, um ponto referência da cidade. Com isso, prevejo continuar trabalhando com o que eu sei fazer, mas também, quem sabe, investir em outro segmento para somar”, detalha.