Com a chegada de dezembro, taxistas de Belém se preparam para um dos períodos mais aguardados do ano. A partir do dia 1º, durante todo o mês, as tarifas passam a operar exclusivamente na bandeira 2, uma prática que eleva os preços das corridas em cerca de 20% em relação à bandeira 1, segundo o Sindicato dos Taxistas de Belém (Stabepa). A prática, que deveria durar até o dia 31 de dezembro, será prolongada até o feriado de Ano Novo, 1º de janeiro.
Normalmente, a bandeira 2 funciona, durante a semana, a partir das 20h, encerrando às 6h; nos feriados, no período integral, de 24h. Em dezembro, vale o período todo, o taxímetro já inicia as corridas com a tarifa reajustada, independentemente do horário. Atualmente a bandeira 1 custa R$2,96 o quilômetro (km), já a bandeira 2 custa R$3,56 o km.
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Segundo Eliete Gonçalves, presidente do Stabepa, a medida oferece uma oportunidade de equilíbrio financeiro para a categoria, visando proporcionar aos taxistas uma espécie de 13º salário, compensando o aumento da demanda e o volume de trabalho nesse período de festas e compras natalinas, especialmente em um contexto onde reajustes na bandeirada são raros, com o último feito em abril de 2015.
“A tarifa da bandeira 2 ajuda muitos taxistas a fecharem o ano com as contas em dia. Apesar disso, enfrentamos desafios como o trânsito intenso e as obras em Belém, e esperamos que os clientes entendam a situação da fluidez no trânsito, além do número de pessoas que estão na cidade, principalmente em pontos de shoppings e pontos turísticos”, explicou.
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EQUILÍBRIO
Para os motoristas, o mês é marcado para equilibrar as contas e guardar uma reserva para os meses mais difíceis. Isael Lopes, de 59 anos, taxista há 27 anos, que começa sua jornada às 5h e segue até 20h, afirmou que, em dezembro, estende o horário para aproveitar o movimento. “Para este ano, a gente espera que melhore. É uma renda extra que ajuda a pagar o carro, que estou pagando só há 2 anos, e manter a família [de 4 pessoas]. Trabalhamos mais para compensar janeiro e fevereiro, que são meses mais fracos”, relatou. “É um período aguardado porque melhora muito o movimento, mas não é fácil. Com os aplicativos, a concorrência é grande”, acrescentou.
Com 40 anos de experiência no volante, Nonato Borges, de 70 anos, concorda com o colega sobre a relevância do mês. Para ele, o movimento é sempre bom durante o Círio de Nazaré, mas em dezembro é outro ponto alto para as corridas, graças à tarifa. “É bom, dá para aumentar um pouco a renda. Claro que depende de onde rodamos, mas geralmente o movimento compensa”, disse.
