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quinta-feira, novembro 14, 2024
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COP30 traz oportunidades para expansão do turismo

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Apaixonada por Belém, a administradora Camilla Gillet se diz encantada pela arquitetura clássica, a natureza, a gastronomia e a riqueza cultural da cidade. Mas há três anos a capital paraense deixou de ser apenas um caso de amor para se tornar uma fonte de renda, após ela se cadastrar em uma plataforma de aluguel por temporada e, por meio da internet, passou a ganhar dinheiro como anfitriã, um negócio lucrativo que, com a proximidade da COP30, tem tudo para crescer ainda mais.

“A minha expectativa para a COP30 é a melhor possível. Em agosto de 2023 o Sebrae inaugurou em parceria com o governo do estado a agência COP30, então eu aproveitei esse momento e fui lá me informar, saber dos cursos e palestras que eles fizeram informando sobre como seria o evento, quais os eixos de trabalho… certamente a procura será muito alta durante a COP30, então é possível fazer um bom faturamento neste período. 2025 vai ser um ano de muitas oportunidades para este ramo”, avalia a anfitriã.

Segundo Camila, o fato de grandes eventos como a COP30 serem realizados na capital paraense, ajuda na consolidação do estado como destino turístico, e esse interesse inicial pode ser estimulado para que a atividade se torne uma nova vocação econômica da região mesmo após a realização do evento.

“Eventos como a COP30 e festivais de música incentivam muito o turismo no estado. Eles aquecem o aluguel de curta temporada, atraem pessoas para a região, e pra gente isso é muito bom” avalia Camila, que destaca a parceria entre o poder público e a empresa privada como uma forma de incentivar a visitação na região. “O Airbnb lançou o projeto ‘rotas Airbnb’ no Pará, em uma parceria com o governo para incentivar viagens autênticas, que valorizam a cultura regional. Isso é um incentivo a mais para quem procura esta modalidade de viagem”, conclui.

A proximidade da COP30 traz frutos para os que, como Camila, acreditam no potencial do turismo no Pará. O setor, inclusive, vive um boom de investimentos: só na Região Metropolitana de Belém estão sendo construídos seis novos empreendimentos, incluindo hotéis de bandeiras internacionais como Tivoli, instalado no antigo prédio da Receita Federal, e Vila Galé, que vai ocupar três galpões cedidos pela CDP em um local próximo ao Terminal Internacional de Cruzeiros e ao Porto Futuro II.

A expansão da rede hoteleira busca atender a demanda esperada para a COP, que é de 50 mil pessoas, mas também traz um benefício para o estado que vai durar muito mais que os 11 dias de conferência. Com a inclusão de mais leitos de hotéis, Belém poderá receber mais turistas em todas as épocas do ano o que, segundo o Governo do Pará, representa mais oportunidades de emprego e renda para a população do estado.

“A gente ganha no momento da COP porque teremos os leitos para hospedar aqueles visitantes que vierem participar, mas a gente deixa um legado que fortalece a economia do estado. Sabemos que o turismo será um dos maiores geradores de emprego da próxima década”, disse a vice-governadora e presidente do comitê estadual para a realização da COP30, Hana Ghassan.

A expansão da rede hoteleira é consequência da articulação do governo estadual para possibilitar a expansão da oferta dos leitos de hospedagem, mas está longe de ser a única estratégia do Pará para receber os visitantes da COP, que busca proporcionar uma gama de soluções de hospedagem, de modo a atender um público diversificado, que engloba líderes mundiais, cientistas, ativistas e representantes da sociedade civil.

Para isso, o governo do Pará também trabalha junto ao governo federal no desenvolvimento de soluções de hospedagem, que já estão em andamento, para garantir a realização do evento, conforme os parâmetros determinados pelas Nações Unidas. Entre as iniciativas previstas está a contratação de navios cruzeiros que vão funcionar como hotéis flutuantes; a construção da Vila COP para abrigar chefes de estado; a reforma de 17 escolas que serão usadas como alternativa de hospedagem no padrão de alojamento e a reforma e ampliação da rede hoteleira existente com recursos liberados pelo Banpará.

“O aumento da oferta de hospedagem no Pará é um sinal claro de que estamos nos preparando para receber grandes eventos, como a COP30, em Belém. Com mais opções de hospedagem, conseguimos atrair um número maior de visitantes, prolongar a permanência dos turistas e fomentar outros setores como gastronomia, comércio e serviços, tornando o Pará um destino competitivo no cenário internacional”, conclui o secretário de Turismo do Estado, Eduardo Costa.

Ex-secretária pode atuar em cargo para atração de investimentos

A ex-secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, Patricia Ellen da Silva, pode ser escolhida para atuar como High-Level Champion for Climate Change da 30ª edição da Conferência das Partes das Nações Unidas, a COP30, que será sediada em Belém ano que vem, no mês de novembro.

O cargo é de liderança de uma coalizão para parcerias multiníveis de alta ambição (indicada pela sigla em inglês “C.H.A.M.P.”), criada na COP28, realizada em Dubai no ano passado. A decisão final sobre quem ocupa o posto é do presidente da República do país anfitrião do evento, no caso, Lula (PT).

A “Champ” é iniciativa endossada por 62 países, incluindo o Brasil, que se comprometeram com uma cooperação aprimorada entre governos nacionais, regionais e locais no planejamento, financiamento e implementação de metas climáticas nacionais. Portanto, esse “patrono de alto nível”, em livre tradução, é, além de uma liderança para atração de investimentos, alguém designado a coordenar a participação de agentes não-estatais como empresas, representantes políticos e enviados da sociedade nessa coalizão.

A indicação de Patricia Ellen tem o apoio de representantes globais da sociedade civil e do setor privado, incluindo empresários e acadêmicos brasileiros por meio de carta, assinada por nomes como o do empresário holandês Paul Polman, do cientista Carlos Nobre e da empresária cofundadora da eB Capital, Luciana Ribeiro, e endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em um trecho do documento é dito que “esta candidatura proativa e voluntária baseia-se em agendas prioritárias, estratégicas e de implementação que do nosso ponto de vista são urgentes e essenciais para a Presidência do Brasil na COP30”. O grupo de assinantes ainda se coloca à disposição para atuar voluntariamente e mobilizar recursos técnicos e financeiros para o time global de COP Champions que se responsabiliza pela agenda de ação das COPs.

HISTÓRIA

Patricia Ellen da Silva é administradora formada pela Universidade de São Paulo (USP), professora com MBA em Administração Pública pela Harvard Kennedy School, em Massachusetts, nos Estados Unidos (EUA), e ex-consultora.

Foi secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia por três anos durante o governo João Doria na gestão 2019-2022, e antes disso integrou o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República de 2016 a 2018, durante a gestão do ex-presidente da República, Michel Temer (MDB). É reconhecida por sua capacidade de planejamento estratégico e gestão de crises. Atualmente ocupa a presidência da Systemiq LatAm, sócia-fundadora da Aya Earth Partners e do Instituto Aya.

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