Quem já viveu e ainda vive o transtorno da compulsão alimentar, assim como a participante do BBB24 Yasmin, sabe que os episódios são difíceis de controlar. Há relatos, inclusive, de surtos.
A Luta de Cláudia
Cláudia Modesto, 47 anos, uma das muitas mulheres que lutam contra a compulsão alimentar, compartilhou sua experiência. Ela já procurou um especialista, mas os produtos para dieta são caros, o que a fez desistir das orientações repassadas pelo nutricionista. Em busca de alternativas para o controle da compulsão, Cláudia recorre a chás e mingau na esperança de saciar a fome, mas sem sucesso.
“Tomo chás, as vezes mingau para ver se a fome vai embora, mas só aumenta”. Segundo ela, isso ocorre mais pela parte da tarde e principalmente à noite, quando não consegue dormir.
Ela contou ainda que após o episódio de compulsão, fica com o sentimento de culpa. “Eu fico rindo e me sentindo culpada ao mesmo tempo”, desabafou dona Cláudia, que antes pesava 50kg, hoje está com 86.
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A Jornada de Fernanda
Fernanda Fernandes, de 26 anos, contou sobre os gatilhos e situações que geralmente desencadeiam seus episódios de compulsão alimentar. Para ela, a compulsão alimentar iniciou através de um momento muito difícil, ocasionado pela ansiedade. Ao longo de 2023 a 2024, os sinais ficaram mais fortes.
“Eu comecei a ter a compulsão alimentar em relação a tudo que via, mesmo sem estar com fome. Isso levou a um aumento de peso e diminuição da autoestima. A situação chegou ao ponto de ter um surto em um supermercado lotado, o que a fez perceber que precisava de ajuda médica”, relatou
Desafios Durante o Processo de Recuperação
Os desafios do processo de recuperação foram delicados. Fernanda começou o processo com medicação e sentiu alguns efeitos colaterais, como visão turva e sonolência. No entanto, após duas semanas no medicamento, ela se sentiu mais alegre, comunicativa e com mais vontade de viver.
Conselhos para Pessoas com Compulsão Alimentar
Fernanda, então, deixou um conselho para as pessoas que sofrem com o transtorno. “Para quem está passando por um momento de compulsão alimentar, é importante aceitar que precisa de ajuda. Buscar apoio de familiares e ajuda médica é essencial. A compulsão alimentar é muito mental, e quando não conseguimos controlar nossa mente, começamos a perder o foco. A ajuda médica, incluindo medicação e aconselhamento para fazer exercício físico, é a mais eficaz”, aconselhou.
Selma Balieiro
Selma Balieiro, que enfrentou o transtorno aos 17 anos e hoje, aos 30, superou, lembrou dos episódios e dos principais desafios que enfrentou durante o processo de recuperação. Ela destacou: “Controlar minha vontade de vomitar mesmo quando comia pouco, porque na minha cabeça iria me fazer mal e eu ia engordar.”
Selma também compartilhou quais recursos e estratégias foram mais úteis para controlar os impulsos alimentares: “Aprendi na prática que quando você não controla sua cabeça, todo o seu corpo desanda. Então me fortaleci em Jesus e depois encontrei prazer em fazer musculação, o que alivia meu estresse, ansiedade e preocupações que outrora eram transformadas em pratos deliciosos que seriam vomitados”, relatou.
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Repórter: Mayra Monteiro
“Orgulhosamente paraense. Atua
como repórter no DOL e assessora de comunicação do Instituto Tradição do Pará.
Formada em Comunicação Social – Jornalismo pela Estácio FAP, é apaixonada por
ouvir e contar histórias, assim como aprender e compartilhar experiências”.