A Quaresma é o período de reflexão praticado por fiéis, quando as famílias costumam se preparar para os dias que marcam o sofrimento, a morte e a ressurreição de Jesus. Esse período de 40 dias é o tempo em que cristãos se preparam para um acontecimento importante relacionado a fé.
“Do ponto de vista cristão essa preparação diz respeito ao fato de reintegrar o próprio cristão dentro da dinâmica da sua vida de fé, que comporta um forte empenho para a conversão profunda do coração. É algo que é irrenunciável da mensagem de Jesus: que se precisa mudar o coração para melhor apreciar a experiência da graça que é dada por Deus de modo particular na oferta da vida de Cristo no alto da cruz”, explica o padre Cleber Franco.
Durante a Quaresma, os fiéis se recolhem em preparação para o Tríduo Pascal, que compreende a paixão, morte e ressurreição de Cristo. O período é central na vida do fiel, já que nele se concretizam as bases da vida de fé cristã. Segundo o padre Cleber Franco, a data é marcada pela intensificação das práticas espirituais tradicionais: a oração, o jejum e a caridade. O esforço amplia a devoção a Deus e o arrependimento dos pecados.
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“A oração tem a finalidade de refinar a relação com Deus, de direcionar o coração a Deus, pensar e viver na presença dele. As outras práticas são consequências dessa relação. O jejum significa a renúncia de si mesmo para o bem do outro. É a necessidade de mortificar as paixões desordenadas, como a impaciência, o orgulho e o egoísmo, por exemplo. E, por fim, tem o aspecto da caridade que a vida cristã nos empenha a fazer que a sociedade se beneficie da conversão do coração em Jesus”, destaca o Vigário Paroquial do Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
Com objetivo de se conectar com a finalidade da data, as liturgias do período quaresmal exaltam os valores do Evangelho. “A Igreja intensifica esses ensinamentos se servindo das riquezas da palavra de Deus. As leituras que encontramos na liturgia da missa nos oferecem pistas para captar aspectos que são específicos, como a necessidade da conversão para Deus para que nessa experiência o coração se transforme para a prática do bem e da solidariedade”, conclui o padre.
A renúncia é uma das formas de preparação de Cintia Torres, 47 anos, que costuma ir à igreja todos os domingos. Mãe de filhas que estão em processo de preparação para a Crisma, ela procura servir de exemplo para o seguimento da tradição cristã na família. Por isso, durante o período, a oração é a principal ferramenta de aliança com Deus.
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“A nossa preparação é a oração. A gente não procura estar em festa, sempre estamos em família, jejuando, indo à igreja todos os domingos. Nesse período a gente procura trechos da Bíblia para interagir e refletir, essa é a nossa forma de comunhão com Deus. Nós mantemos a tradição de orar e agradecer por tudo. Isso eu também passo para as minhas filhas que já têm um compromisso comigo de me lembrar sempre de estar em oração”, revela a assistente administrativo.
A continuidade das tradições cristãs também é uma preocupação de Silvia Pereira, de 44 anos. O entendimento do significado da Quaresma é o principal objetivo dela com a sua filha, que está em processo de catequese. “A nossa preparação é pôr em prática tudo o que Jesus nos ensinou com todo o respeito, principalmente a obediência a Deus. Costumo sempre meditar sobre a palavra nesse período”, explica a funcionária pública.
“Minha filha faz catequese, então eu também tento explicar para ela os ensinamentos de Jesus para que ela siga, que ela também comece a ter o costume de respeitar a tradição da Quaresma”, conclui Silvia.
