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quinta-feira, janeiro 9, 2025
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Pesquisadores avaliam impactos da sísmica em botos no Pará

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Pesquisadores da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) navegam desde o último domingo (5), a bordo de um navio percorrendo a costa dos municípios de Bragança, Viseu e Augusto Correa, localizados na região do Salgado. O objetivo dos estudiosos é monitorar a saúde de botos, aves e tartarugas marinhas na região, e se esses animais estão sendo afetados pelos estudos sísmicos de empresas exploradoras de petróleo.

Até esta quarta-feira (8), os pesquisadores monitoram o deslocamento dos animais, comportamento, marés, vocalização e encalhe. Segundo a bióloga e pesquisadora Angélica Rodrigues, do Instituto BioMA, grupo responsável pela pesquisa, a “sísmica” é uma tecnologia que avalia o fundo do mar para a verificação da existência de petróleo no local estudado. Para que essa avaliação ocorra, é preciso que a pesquisa tenha o licenciamento do Ibama, já que é necessário um monitoramento de fauna, realizado pelo Instituto Bioma.

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“A gente sabe que esses navios das empresas podem ter impacto, por isso estamos avaliando. Há equipes de 15 em 15 dias no Marajó e Marapanim e o monitoramento embarcado na região de Bragança e Viseu é realizado a cada dois meses”, explica Angélica Rodrigues.

Os estudos serão realizados ao longo deste ano. Esta é a segunda expedição dos pesquisadores que integram o Projeto de Caracterização e Monitoramento de Cetáceos (PCMC), responsável pelo monitoramento das bacias do Pará-Maranhão e da Foz do Amazonas. O Ibama exige a implementação do projeto, determinando que os pesquisadores enviem relatórios tanto ao órgão quanto às empresas que realizam sondagens na área.

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Vale ressaltar que o BioMA monitora há anos botos, baleias e golfinhos que venham a encalhar na região do salgado paraense. Além disso, o instituto monitora peixe-boi, tartarugas e aves. Desde que o projeto iniciou, em 2024, os pesquisadores já foram acionados 30 vezes pela comunidade. Eles foram buscar três animais, todos mortos, na região de Ajuruteua, em Bragança.

“Dentro do projeto o que buscamos imediatamente coletar são as bulas timpânicas, são ossos de dentro do ouvido. Com isso é possível ver se a sísmica está afetando esses animais”, diz. As análises são realizadas pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UFRN), colaboradora do projeto.

A necropsia é realizada por médicos veterinários da Ufra. A causa da morte deles ainda não pôde ser definida.

“Os animais que chegaram tem indícios de interação acidental com redes de pesca. Mas também recebemos animais mutilados, principalmente a genitália, já que ainda há um apelo por esses órgãos na região amazônica. As pessoas ainda usam como unguento”, lamenta.

O Bioma faz parte da Rede de Encalhe de Mamíferos Aquáticos do Norte (REMANOR), que reúne especialistas nessa área e na análise de fauna oleada. A rede é gerenciada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Com o apoio dessa rede, moradores, turistas e pescadores podem entrar em contato com o Bioma quando percebem um animal marinho morto ou encalhado na praia. O disk-encalhe do Bioma funciona 24h, para animais vivos ou mortos e pode ser acionado pelo (91) 98411-6117 e (91) 98411-8263

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