O Pará, principal produtor de cacau do Brasil, prepara uma série de ações para ampliar sua presença no mercado internacional. Entre as iniciativas estão o incentivo à produção de amêndoas de qualidade, a verticalização da cadeia produtiva e a realização de eventos voltados à agricultura e bioeconomia. Um dos principais destaques será a Feira do Cacau e Chocolate Amazônia e Flor Pará, marcada para ocorrer entre os dias 5 e 8 de junho, no Hangar – Centro de Convenções da Amazônia, em Belém.
O evento, organizado pelo Governo do Estado e pelo Sistema Faepa/Senar, reunirá representantes de diversos países da região amazônica, além de marcas nacionais e internacionais. A programação contará com painéis técnicos e palestras sobre inovação, produção sustentável e desenvolvimento regional. A feira será o primeiro evento do setor realizado antes da COP 30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas prevista para novembro, também em Belém.
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Produção de cacau no Pará
O estado possui atualmente 32 mil produtores ativos de cacau, distribuídos por uma área plantada de 229 mil hectares. Destes, 169 mil hectares estão em produção, gerando arrecadação de R$ 358 milhões em ICMS. O modelo produtivo adotado no estado, baseado em sistemas agroflorestais, busca equilibrar geração de renda e preservação ambiental.
A cacauicultura no Pará passou a integrar programas estratégicos do governo estadual. O setor conta com apoio técnico e institucional do Sistema Faepa/Senar, Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Adepará, Ceplac, Embrapa e outras entidades. A atuação conjunta tem como objetivo fortalecer a produtividade e garantir a permanência de produtores rurais no campo.
Segundo a Câmara Setorial do Cacau, o modelo de produção adotado no estado posiciona o Pará como referência nacional em produtividade por hectare e acesso a mercados com exigências ambientais e sociais específicas.
Floricultura e bioeconomia
Além do cacau, o evento também dará destaque à cadeia produtiva das flores amazônicas, com foco em espécies nativas como antúrios, helicônias e orquídeas. A floricultura no Pará envolve tanto grandes produtores quanto agricultores familiares. De acordo com dados da Sedap e do IBGE, o setor movimentou mais de R$ 6 milhões em 2022.
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O cultivo de flores e o avanço da cacauicultura compõem parte da estratégia do estado para desenvolver a bioeconomia como alternativa econômica de baixo impacto ambiental. As ações também fazem parte da agenda estadual voltada à preparação para a COP 30.
Elementos da produção sustentável no Pará
A produção de cacau no Pará adota práticas que buscam atender às exigências de rastreabilidade, certificações e baixo impacto ambiental. Entre os principais pontos estão:
- Sistemas agroflorestais integrados
- Cultivo orgânico com controle ambiental
- Participação de comunidades tradicionais
- Certificações voltadas a mercados internacionais
Esses fatores são considerados essenciais para garantir acesso a mercados mais exigentes e aumentar a competitividade dos produtos paraenses.
A realização da Feira do Cacau e Chocolate Amazônia e da Flor Pará representa um passo estratégico para o fortalecimento da bioeconomia local, antecipando as discussões que estarão em pauta na COP 30 e reforçando o papel do Pará como protagonista na agenda ambiental e produtiva da região amazônica.