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quarta-feira, outubro 16, 2024
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Pacientes perdem visão em mutirão de cirurgias em Icoaraci

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Para realizar uma cirurgia é preciso escolher com cuidado o local e os médicos mais indicados, evitando complicações e até risco de vida. O que parecia uma realização para alguns pacientes de Belém, acabou se tornando um pesadelo. 

Um mutirão de cirurgias de catarata realizado em uma clínica particular no distrito de Icoaraci, em Belém, resultou na infecção de 23 pacientes, levando à perda total da visão em alguns casos. A gravidade das complicações obrigou alguns pacientes a passar por amputações oculares. As cirurgias foram realizadas em parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS).

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Em entrevista ao SBT, Albanise Soares, uma das vítimas, contou que precisou amputar o olho após contrair uma bactéria na clínica. “Não posso mais fazer nada sozinha”, lamentou. Após o procedimento inicial, Albanise chegou a se submeter a um transplante, que falhou, levando à necessidade de remoção do olho.

A filha de Albanise, Gabriela Soares, expressou sua indignação com o ocorrido: “Minha mãe foi para aquela clínica buscando qualidade de vida, e agora estou com uma mãe sem olho.”

O mutirão contou com a participação de mais de 40 pessoas, e pelo menos 23 apresentaram infecções graves. Outra vítima, Benedita da Silva, disse também ao SBT, que aguardava há mais de um ano pela cirurgia, agora enfrenta a dificuldade de enxergar quase nada. “Não consigo ler, não consigo ver televisão”, desabafou a cozinheira.

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Sheyla Costa, filha de Benedita, enfatizou a precariedade nas condições de higiene da clínica, afirmando que profissionais comiam dentro do bloco cirúrgico e havia insetos no local.

Para o oftalmologista Lauro Barata, falhas nos protocolos de higiene podem ter sido determinantes para os casos de infecção. “O uso adequado dos protocolos de esterilização é essencial, especialmente em mutirões. Um material utilizado em um paciente não pode ser reutilizado em outro sem a devida esterilização”, destacou o especialista.

Em nota, a clínica responsável afirmou que segue todos os protocolos de controle de infecção hospitalar e que está devidamente regularizada perante os órgãos fiscalizadores. A instituição informou ainda que está prestando apoio médico e financeiro às vítimas. No entanto, muitos pacientes recusaram os acordos extrajudiciais propostos, e 11 deles ingressaram com ações civis solicitando indenização por danos morais, materiais e estéticos.

O caso está sob investigação da Polícia Civil, e o Ministério Público do Estado instaurou um procedimento para apurar as denúncias. Até o momento, o Conselho Regional de Medicina não se manifestou sobre o ocorrido.

O DOL entrou em contato com a clínica e aguarda resposta ou posicionamento. 

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