Quando a dor parece insuportável e os dias no hospital se tornam intermináveis, às vezes basta o olhar carinhoso, um rabo balançando ou um simples toque de pelo macio para devolver o sorriso a pacientes internados. E foi por essa experiência que pacientes do Hospital Ophir Loyola, em Belém, passaram.
Em uma ação especial realizada na última quarta-feira (26), o projeto de Terapia Assistida por Animais (TAA) trouxe momentos de afeto e conforto para pacientes em tratamento contra o câncer. Alecrim, um cão de 4 anos, mistura de Golden Retriever com Border Collie, foi conduzido pela 1ª tenente Marina Coutinho, médica veterinária do Batalhão de Ação com Cães (BAC) da Polícia Militar do Pará, pelos corredores da unidade de saúde, por onde distribuiu carinho.
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A psicóloga Roberta Santos explica que a terapia vai muito além de um simples contato com um animal. Os benefícios incluem melhora na comunicação, socialização, memória e afetividade.
“Nosso objetivo é proporcionar conforto, tranquilidade e momentos de alegria em um período de intenso sofrimento físico e emocional”, destaca.
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Histórias de Esperança
Uma das pacientes, Saray Lobato, de 49 anos, em tratamento contra o câncer de colo de útero, compartilhou sua emoção.
“Eu não estava me sentindo bem, mas a dor até passou. Nunca havia sido abraçada por um cão assim. Senti uma alegria imensa, principalmente quando ele deitou no meu colo”, conta ela.
Osmar Lopes, em tratamento contra um tumor de hipófise, também ressaltou a importância desse momento.
“Às vezes ficamos cabisbaixos devido à doença que estamos enfrentando. É maravilhoso receber um cão adestrado, dócil. Traz ânimo para quem está passando por um tratamento complicado”, celebrou.
Um Centro Pioneiro
O Centro de Cuidados Paliativos Oncológicos (CCPO) do Hospital Ophir Loyola é pioneiro na região Norte e oferece 31 leitos e um atendimento multidisciplinar para pacientes em estágio avançado de câncer. Além do suporte médico, a instituição valoriza o cuidado emocional, psicossocial e espiritual.
A iniciativa demonstra como pequenos gestos podem fazer uma grande diferença no tratamento de pacientes em situações de vulnerabilidade, oferecendo não apenas cuidados médicos, mas também momentos de alegria e esperança.