No mês de março, o reajuste nos preços do leite, manteiga e queijo chega a mais de 4,00%, segundo levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA). No balanço divulgado pelo departamento, pelo terceiro mês seguido o consumidor de Belém voltou a pagar mais caro pelos alimentos que compõem a cesta básica, com destaque para o leite e a manteiga.
As análises do Dieese Pará apontam ainda que, no mês passado, o custo da cesta básica foi de R$667,53, comprometendo assim mais da metade do atual salário mínimo, que é de R$1.412,00. Deste modo, para manter a presença do leite e seus derivados, assim como a manteiga à mesa, o consumidor faz o que pode.
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A técnica em enfermagem Ana Beatriz, 21 anos, comenta que costuma usar duas marcas de leite, assim ela faz a alternância quando necessita economizar. “São centavos de diferença, mas que contam. Para manter esses itens na despensa também procuro comprar próximo de casa, economizo com o deslocamento”.
Já a autônoma Concy Monteiro, 55 anos, considera que o preço do leite ainda está equilibrado, dentro do seu orçamento. Mas para manter isso possível, ela conta que a boa e velha pesquisa sempre é bem-vinda. “A manteiga também está dentro dos parâmetros, ela vai oscilando. Fazemos assim, se estamos com um dinheirinho a mais, levamos os produtos da nossa marca preferida. Caso não, levamos o mais em conta”, ressalta.
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Não ter preferência por marca ajuda e tanto na hora de economizar. É o que diz o aposentado Fernando Chipelo, 69 anos. Para ele que mora sozinho, o segredo é comprar poucas unidades para manter o essencial à mesa. “Eu consumo pouco, né? Então, prezo pela qualidade sim, mas não me apego à marca, porque sentimos muito no bolso, principalmente desses alimentos”, disse.
SAIBA MAIS
Confira os preços
Em janeiro deste ano, de acordo com o Dieese Pará, o preço do litro do leite foi comercializado em média a R$6,58, em fevereiro o produto chegou a custar R$6,61 e, no mês passado, foi vendido a R$6,88, registrando alta de 4,08%.
Já o kg da manteiga, iniciou o ano sendo comercializada em média a R$56,14, em fevereiro por R$57,71 e, no mês de março, registrou alta de 4,00%, sendo vendida a R$60,02.
Embora não conste entre os doze itens da cesta básica, no caso do kg do queijo prato, em janeiro o produto foi vendido por R$45,81, em fevereiro por R$44,03, fechando o mês de março em R$44,68. O kg do queijo mussarela iniciou o ano com o preço em média a R$41,02, em fevereiro caiu para R$39,71 e em março voltou a custar R$41,02. Assim, os reajustes registrados em março relativos ao mês de fevereiro, variam entre 1,47% a 3,29%.
Para entender
De acordo com o departamento, as causas para os reajustes registrados nos preços do leite, manteiga e queijo estão diretamente ligadas aos fatores de comercialização. Tanto a indústria quanto o varejo ajustam os preços em função dos principais custos como insumos, cambio, frete, etc. O Dieese Pará diz ainda que a formação do preço final afeta consumidores do norte ao sul do país, e as questões climáticas entram nesta conta.
Inflação desacelera na Região Metropolitana de Belém
Em março deste ano, a inflação na Região Metropolitana de Belém (RMB) registrou uma variação de 0,54%, apresentando uma queda em relação ao mês anterior, que foi de 0,69%. Esses dados foram divulgados ontem (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com André Almeida, gerente da pesquisa de preços do IBGE, essa desaceleração na inflação é atribuída, em parte, à ausência dos aumentos habituais nos preços da Educação, que geralmente ocorrem no início do ano letivo e que não se repetiram em março.
Um dos destaques desse período foi o grupo Alimentação e Bebidas, que apresentou uma alta de 1,32% nos preços. Segundo Almeida, questões climáticas contribuíram para o aumento dos preços dos alimentos nos últimos meses, embora em março essa alta tenha sido menos intensa.
Entre os alimentos que mais subiram de preço em março na Região Metropolitana de Belém estão o açaí (14,83%), cebola (8,35%), banana (7,36%), brócolis (7,14%), bebidas (7,10%) e melão (5,63%).
GRUPOS
Além da Alimentação e Bebidas, outros grupos também apresentaram alta na RMB: Saúde e Cuidados Pessoais (0,80%), Transportes (0,63%) e Vestuário (0,10%). Por outro lado, os grupos Habitação (-0,14%) e Artigos de Residência (-0,50%) registraram queda no mesmo período.
A pesquisa indicou que a Região Metropolitana de Belém foi a área com a maior alta de preços em março (0,54%) em comparação com outras regiões pesquisadas. Recife (0,33%), Fortaleza (0,28%) e Rio de Janeiro (0,17%) ocuparam respectivamente a segunda, terceira e quarta posição. Porto Alegre foi a única região metropolitana que registrou queda na inflação (-0,13%).
O IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, enquanto o INPC engloba as famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju. Os dados estão disponíveis no Sidra. O próximo resultado do IPCA, referente a março, será divulgado em 10 de maio. (Com informações do IBGE)