Uma jaguatirica criada ilegalmente como animal de estimação em uma fazenda no município de Uruará, no sudoeste do Pará, foi resgatada por agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O resgate foi realizado após uma denúncia apontar que uma influenciadora digital estava utilizando o animal em vídeos nas redes sociais, com finalidade de engajamento e lucro.
O felino, batizado de Pituca, foi encontrado em cima de um guarda-roupa na residência da criadora, a influenciadora Luciene Cândido. Segundo o Ibama, desde filhote, a jaguatirica vinha sendo exibida em vídeos no TikTok e Facebook da mulher, que acumula mais de 300 mil seguidores e cerca de nove milhões de curtidas.
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As imagens mostravam Pituca em interações consideradas inadequadas, como deitada em camas, no colo da tutora, e convivendo com outros animais domésticos como cães, gatos, galinhas e até um cavalo.
Além disso, a jaguatirica era alimentada com produtos impróprios para sua espécie e exposta a ambientes que colocavam sua saúde em risco, incluindo locais onde eram armazenados produtos tóxicos como herbicidas.
Luciene foi multada em R$ 10 mil por infrações à Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998), que proíbe a posse e exploração de animais silvestres sem autorização. Ela também foi notificada a remover imediatamente as imagens do animal das redes sociais, sob pena de multa diária caso descumpra a ordem.
A origem da jaguatirica ainda é investigada. Segundo Alex Lacerda de Souza, superintendente do Ibama no Pará, há suspeitas de que o animal tenha sido retirado da natureza ainda filhote, após a possível morte da mãe por caçadores ou abandono do ninho durante a busca por alimento.
O Ibama também alertou para os riscos sanitários do local onde o animal vivia. Cães da propriedade apresentavam sinais de leishmaniose, uma zoonose grave que pode afetar tanto humanos quanto felinos, representando sério risco à saúde da jaguatirica.
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Agora sob cuidados apropriados, Pituca será avaliada por veterinários e especialistas em fauna silvestre para que possa ser encaminhada a um centro de reabilitação e, futuramente, reintroduzida ao habitat natural, se possível.