Transformar sonhos em negócios e desafios em conquistas. Neste Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino, 19 de novembro, segundo a pesquisa “Empreendedoras e Seus Negócios 2024”, realizada pelo Instituto RME – Rede Mulher Empreendedora, 73% das empreendedoras brasileiras são mães e, para muitas, essa escolha surge da necessidade de conciliar trabalho, renda e maternidade. Dentre essas, 37% são mães solo.
Na força do trabalho, a busca pelo equilíbrio entre as jornadas pessoal e profissional. Entre essas mulheres está a confeiteira Rosemary Mesquita, de 36 anos, e proprietária da Rose’s Cake Confeitaria. Mãe de Marcelly, 14 anos, e Davi Luís, de apenas 1 ano e 4 meses, ela encontrou na cozinha de casa o ponto de partida para sua história de sucesso, podendo, através da confeitaria, transformar sua paixão por doces em uma fonte de renda.
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“Eu trabalhava como auxiliar odontológica e fazia pequenos bolos para complementar a renda. Mas em 2019 decidi me dedicar totalmente à confeitaria, investindo em cursos e capacitações. Foi quando percebi que poderia dar certo”, compartilha.
A transição para o empreendedorismo trouxe desafios, especialmente com a rotina de cuidar dos filhos, que possuem idades e fases diferentes. “O maior desafio é a presença. Estar ali para educar, alimentar e acompanhar o desenvolvimento das crianças é difícil quando se precisa tocar um negócio. Mas com o apoio do meu marido, da minha sogra e até da minha filha, consigo equilibrar”, diz.
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Aberta de segunda a sábado das 8h30 às 19h, a Rose’s Cake Confeitaria oferece desde bolos personalizados até salgados. Atualmente, Rosemary celebra o avanço com um ponto próprio, localizado no bairro do Telégrafo, em Belém, onde organiza melhor os utensílios para as encomendas de personalizados e pode receber a clientela para um café da tarde.
Assim, ela comemora a liberdade que o empreendedorismo proporciona. “Significa estar próxima da minha família e ter mais tempo com eles, além de melhorar nossa condição de vida”.
Já Érika Ferreira Lobato, de 39 anos e mãe de duas meninas, Alice, 17, e Maria, 5, antes de se tornar artesã, trabalhava como auxiliar de coordenação em uma escola. Após muitos anos de trajetória, com a gravidez de sua segunda filha, enquanto preparava o chá de bebê da pequena, em 2018 ela começou a trilhar o caminho com as habilidade em decoração e festas.
Para atender outras demandas, o marco inicial de sua jornada empreendedora veio com a produção de uma caixa cartonada para o convite de aniversário de um ano de seu sobrinho. A partir daí, começou a confeccionar embalagens para ovos de Páscoa, uma demanda que rapidamente impulsionou seu negócio.
“Eu sempre pedi a Deus algo que me permitisse estar perto das minhas filhas e que eu tivesse tempo, e hoje sou muito grata por isso, mesmo com todos os desafios. É um trabalho que exige dedicação, mas me permite ser mãe e empreendedora ao mesmo tempo”, conta. Foi nesse momento que ela percebeu o potencial de transformar sua paixão em um negócio.
Ao sair do emprego fixo, começou a pesquisar o que poderia fazer de produtos enquanto conciliava a maternidade com uma nova rotina. Com uma produção diária de, em média, 30 encomendas, há seis anos a artesã administra a empresa familiar, tendo o esposo ao lado, com personalização de presentes em sua marca, a Mali Personalizados – que, inclusive, carrega a junção dos nomes das filhas –.
“Ser mãe e empreendedora é um equilíbrio difícil, mas me sinto realizada por poder estar presente na vida das minhas filhas enquanto construo meu próprio caminho. Às vezes a gente passa do horário, mas é gratificante. Se fosse necessário, começaria tudo de novo, para ter a liberdade de trabalhar em casa e acompanhar o crescimento delas”, conclui.
CENÁRIO PARAENSE
O empreendedorismo feminino no Pará tem ganhado destaque nos últimos anos, e alguns dos principais fatores que impulsionam esse crescimento são as oportunidades de desenvolvimento profissional.
Representando uma das maiores taxas do Brasil, 13,5% da população feminina em idade ativa no Estado é dona de pequenos negócios. As informações são da análise divulgada nesta segunda-feira (18), pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Pará (Sebrae-PA), com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao 4º trimestre de 2023.
No ranking nacional, o Pará fica atrás apenas de Santa Catarina, com 13,8%. Entre as mulheres empreendedoras no Estado paraense, 34% comandam seus próprios negócios, sendo que 87% delas empreendem por conta própria, ou seja, não têm empregados, e 13% têm pelo menos um empregado. Os destaques são os setores de serviços (48%), comércio (33%), indústria (13%) e agropecuária (5%).