Em um período de fortes chuvas, o Parque Zoobotânico do Museu Emílio Goeldi precisa de manutenção especial para prevenir possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, causador da dengue. Isso porque o parque abriga milhares de espécies de animais e plantas bem no centro de Belém, além de lagos e tanques.
Em uma área de 5,4 hectares, existem algumas vegetações que são características por acumularem água, como o bambuzal, que, quando podados, ficam com orifícios. Por isso, durante o período chuvoso, o espaço recebe semanalmente a visita dos agentes de endemia da prefeitura – os mesmos que visitam as casas – para o controle dos possíveis focos.
“Eles aplicam os mesmos produtos. Geralmente é usada uma solução de hipoclorito em bromélias, no bambual e em tudo que puder acumular água. É um cuidado que a gente tem ao longo do ano inteiro, mas com as chuvas podemos potencializar um pouco mais e a gente precisa estar de olhos para a segurança de todos que trabalham e visitam”, afirma a bióloga Tathiana Figueiredo, do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi.
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Nos tanques dos animais os cuidados também são redobrados. “A grande maioria dos tanques tem água corrente. A gente movimenta essa água para que as larvas não se proliferem. Além disso, os tanques têm pequenos peixes que nos ajudam nesse controle. Os que não têm água corrente, a troca da água é feita semanalmente entre duas ou três vezes, dependendo da espécie e da quantidade de sujeira”, explica a bióloga.
As fortes chuvas características do inverno amazônico causam impactos na biodiversidade presente no Museu Goeldi. A mudança de temperatura e a incidência de precipitações podem afetar principalmente os animais, entre eles as aves e cobras, que necessitam de cuidado extra para o período.
“Essa pouca diferença de temperatura pode afetar aves que, por exemplo, podem ter se molhado. A gente está sempre de olho nessa fonte de calor, se for necessário. As cobras, temos que estas mais atentos ao aquecimento porque à noite, nesse período chuvoso, a temperatura cai mais do que no verão”, diz Thatiana Figueiredo.
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Os espaços destinados aos animais também devem ser sempre checados para manterem as condições adequadas. “A gente tem que ver se todos os recintos estão adequados para que os animais se abriguem em chuvas torrenciais. Às vezes é preciso levar algum animal para uma área mais protegida. Se for um animal que esteja mais debilitado ou idoso, a gente sempre dá uma atenção maior”, conta a bióloga.
Horário
– Além disso, o parque está com horário de funcionamento alterado para evitar possíveis acidentes causados pela chuva. Agora os passeios podem ser feitos de 9h às 13h. “Temos que nos atentar para que as árvores que estão nesse entorno não possam cair ou algum galho possa destruir o recinto dos animais. A questão das podas torna-se um pouco mais intensas para evitar acidentes. As equipes estão andando ao longo do dia várias vezes, antes e depois das chuvas”, conclui Tathiana.