O Carnaval é sinônimo de alegria e diversão, mas é fundamental curtir a festa com responsabilidade e proteção. Os beijos casuais são muito comuns em períodos festivos, mas esse comportamento pode representar riscos à saúde, pois a boca abriga diversos micro-organismos, como fungos, bactérias e vírus, que podem causar infecções. Diante disso, profissionais do Hospital Geral de Tailândia alertam a população sobre as infecções transmissíveis pelo beijo e as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), reforçando a importância da prevenção para um Carnaval mais seguro e saudável.
O diretor técnico do HGT, o médico Eduardo Rocha, explica que, entre as infecções mais comuns transmitidas pelo beijo, estão a mononucleose infecciosa (doença do beijo), o “sapinho” e a herpes labial.
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Sapinho
Popularmente conhecida como “sapinho”, a candidíase oral é uma infecção causada pelo fungo Candida albicans, que normalmente habita a pele e as mucosas do corpo. Em condições normais de imunidade, esse fungo convive no organismo sem causar danos, pois permanece na camada de células mortas. No entanto, quando o sistema imunológico está fragilizado, ele pode se multiplicar de forma descontrolada, resultando no aparecimento da doença.
Ele acrescenta que os principais sintomas da candidíase oral são manchas brancas e escamosas dentro da boca, com aparência semelhante a pedaços de queijo, podendo afetar a língua, as gengivas, a parte interna das bochechas e os lábios.
Herpes
O médico explica que a herpes é uma infecção viral caracterizada pelo surgimento de pequenas bolhas doloridas nos lábios. “Algumas pessoas são mais propensas a desenvolver os sintomas, enquanto outras, mesmo em contato com o vírus, podem não manifestar a doença. Isso está relacionado à imunidade do indivíduo. Além disso, a herpes pode afetar a região genital através de outro subtipo do vírus, sendo então classificada como uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST)”, pontua.
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“Doença do beijo”
Sobre a mononucleose infecciosa, ele destaca que os sintomas geralmente duram entre 30 e 45 dias, incluindo dor de garganta, fadiga, mal-estar, febre e inchaço dos gânglios. “Nos casos mais graves, a doença pode causar dores nas articulações, desconforto abdominal e manchas na pele. Na forma crônica (mais rara), pode ocorrer aumento do fígado e do baço, além de pequenos pontos de hemorragia interna, que resultam em manchas avermelhadas no céu da boca.”
Eduardo Rocha enfatiza que não há um tratamento específico para a mononucleose, apenas medidas para alívio dos sintomas. “O maior desafio da doença do beijo é sua transmissão prolongada, pois mesmo pessoas assintomáticas podem espalhar o vírus por até um ano após a infecção. Para prevenir essas infecções, recomenda-se evitar beijos caso haja feridas nos lábios, aftas ou sangramento na gengiva e não compartilhar utensílios de uso pessoal, como escovas de dentes, copos e talheres”, finaliza.
A supervisora de Enfermagem do HGT, Elizandra Silva de Carvalho Meireles, destaca que, no período do Carnaval, a educação em saúde voltada à prevenção de ISTs é fundamental para garantir que a população aproveite essa época com responsabilidade.
“O Carnaval é um momento de festa, alegria e aumento das interações sociais. As ISTs são transmitidas por meio do contato sexual desprotegido, portanto, o uso de preservativos e gel lubrificante é essencial para prevenir infecções como HIV, sífilis e hepatites B e C, entre outras. Além disso, é importante manter a vacinação em dia, ter um diálogo aberto com o parceiro sobre prevenção e utilizar a profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP) e, se necessário, a profilaxia pós-exposição (PEP). O conhecimento e o empoderamento da população tornam a festividade mais segura e responsável”, disse Elizandra.