A obra do novo canteiro central da avenida Romulo Maiorana, no bairro do Marco, tem se arrastado e causado transtornos aos comerciantes que atuam no local. A principal reclamação é a dificuldade de acesso aos estabelecimentos comerciais.
A obra de reurbanização da avenida está orçada em quase R$ 30 milhões. O projeto prevê a realização de drenagem e recuperação dos canteiros, para instalação de baias para estacionamento, ciclovia e ciclofaixa. Também está prevista a construção de calçadas de passeio, barracas de coco, bicicletário e quiosques, além de paisagismo. A ordem de serviços foi assinada durante a programação do aniversário de Belém, no dia 12 de janeiro do ano passado.
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A reportagem esteve recentemente no canteiro de obras e durante a permanência da equipe no local não havia sinais de operários trabalhando. O canteiro acumula água da chuva, muita lama e pouco progresso. As estruturas de concreto estão ficando verdes por causa do musgo e deterioram-se a cada dia. Comerciantes e moradores da região relatam transtornos diários com lama e buracos durante a via. Devido à localização da obra, há dificuldade de entrada e saída de motoristas e pedestres nos estabelecimentos, o que prejudica muito as vendas. Alguns comerciantes sofreram perdas com a queda das vendas em mais de 50%.
Suelen Carvalho, de 38 anos, cozinheira há mais de 4 anos na área, informou que os trabalhos estavam paralisados há alguns dias. “Quando começaram a obra ficamos esperançosos, pois essa avenida realmente estava precisando de uma reforma. Até que começaram a obra a todo vapor, mas com o início do inverno amazônico pararam tudo. Mas é assim, às vezes tem gente trabalhando”, explicou.
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Ela relatou ainda que desde então o movimento no estabelecimento caiu drasticamente. “O acesso aos estabelecimentos ficou comprometido, cheio de buracos, dificultando o estacionamento de veículos, sem contar com a lama, que suja tudo nos dias de chuva, e a poeira, que toma conta das mesas nos dias quentes aqui no restaurante. A gente fica sem saída, esperando que a obra seja concluída e acabe esse tormento”, disse.
Em outro restaurante, que fica de frente para o Centro de Saúde Escola do Marco, da Uepa, a cozinheira Ana Menezes, de 55 anos, conta que trabalha há 5 anos no local. Ela diz que registrou uma queda de 50% no faturamento desde o início das obras.
“Sabemos que esse trabalho veio só para trazer benefícios, mas até o momento é só tem transtorno. Os clientes mais fiéis não deixam de comprar, mas reclamam da dificuldade de acesso e da sujeira provocada pela lama e pelas máquinas. Como a avenida está mais estreita, os carros passam em cima da minha calçada. Daqui a pouco ela estará toda quebrada. Eu queria ter como ajeitar o meu ponto, mas com essa queda dos clientes, fica difícil fazer uma reforma”, detalhou.
A previsão da Prefeitura de Belém, segundo matéria publicada na Agência Belém, no dia 19 de abril de 2023, é que a obra fosse entregue neste ano, no dia do aniversário da cidade, em 12 de janeiro.