A situação continua a piorar em Ananindeua. Desta vez, os alunos de Educação Infantil e Fundamental 1 estão sem aula na escola municipal Manoel Gregório Rosa Filho, na comunidade Quilombola do Abacatal, no bairro do Aurá.
A gestão municipal exonerou os professores lotados na escola, que já sofria com o abandono e uma reforma inacabada. Pais e responsáveis protestaram em frente à escola, cobrando providências da Secretaria Municipal de Educação e do prefeito, Daniel Santos.
Conteúdo relacionado
Canais oferecem riscos de acidentes e doençasAs vantagens e agruras de andar de bicicleta em BelémVídeo: espaço provisório do Ver-o-Peso não agrada feirantes
“Hoje ver meus netos, meus sobrinhos sem professores dói, dói muito. Essa noite eu nem dormi, nem consegui dormir de tanta raiva que a gente fica de um prefeito que não tem responsabilidade com a educação no município”, disse Maria Santana da Costa Barbosa, avó de quatro netos.
Ao todo, 59 alunos estão sem aulas na instituição que atende toda a comunidade quilombola do Abacatal, que já tem 314 anos.
“Eu tenho 55 anos, estudei até a terceira série, não tive a oportunidade de estudar, mas hoje eu luto pela educação dos meus netos, meus sobrinhos, e todos têm direitos iguais, segundo a Constituição. Mas não temos isso”, declarou Maria Santana Barbosa.
A trabalhadora rural Vivia da Conceição Cardoso desabafou, e afirmou a necessidade do retorno dos professores que já estavam ali, que conheciam a realidade da comunidade.
“Meu filho precisa da educação básica. A minha filha tem 16 anos no nono ano, e não tem inglês. Como é que ela vai passar pro ensino médio sem ter a língua estrangeira? Por que os pretos são marginalizados em faculdades, em universidades da vida? É por isso que a educação básica não é de qualidade. O racismo dele é tão elevado que exatamente no ano passado ele não pagou os professores daqui do território. Nenhum funcionário do território recebeu”.
Quer ver mais notícias? Acesse nosso canal no WhatsApp
Veja a reportagem de Sabrina Linhares/RBATV: