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terça-feira, maio 20, 2025
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Ainda dá para encontrar pupunha na rua, mas safra já está no fim

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Maio deixou Belém bem abastecida de pupunha, independentemente do tipo, quantidade ou tamanho. Na feira da Pedreira, os preços da pupunha in natura variam. Por exemplo, o feirante Nildo Moreira, de 45 anos, que é dono de uma banca de hortifruti há mais vinte anos, costuma vender a pupunha por cerca de R$ 10 o quilo.

Ele conta que a procura ainda está bastante forte, porque quem gosta de verdade sabe qual é a melhor época para comprar. “Agora, em maio, a safra já está quase acabando. Então, quem gosta do fruto deve aproveitar logo para garantir o seu. Você compra para tomar no café, e se o restante da família estiver em casa, um cacho deste dura só uma tarde. Parece que dura bastante, mas não dura”, explica Nildo.

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Ele também comenta que a pupunha que vende é de alta qualidade, proveniente de Castanhal, da estrada de Vigia, Marudá e Tauá. “Já tenho uma clientela fiel que sabe que a minha pupunha é boa. O preço varia dependendo do tipo. Tenho uma que custa R$ 10 o quilo e outra que sai por R$ 15. Essa última é a melhor de todas”, afirma Moreira.

Alguns comerciantes já vendem a pupunha pronta para consumo, facilitando a vida de quem não quer ou não tem tempo de prepara-la, ou simplesmente quer matar a vontade na hora da feira. Esses vendedores carregam panelões cheios de pupunha e vendem o quilo do fruto. A Ivonete Xavier, de 58 anos, está nesse ramo há mais de quatro anos. Ela mora no bairro da Sacramenta e, todos os dias, trabalha com um carrinho de mão na Avenida Pedro Miranda, na esquina com a Tv. Augustura. Ela é bastante conhecida por oferecer uma pupunha bem selecionada para seus clientes.

Ela explica que o segredo é um método que descobriu com a ajuda de Deus. “Eu deixo a pupunha de molho na água com sal durante a noite, por volta das 20h, para cozinhar às 5h da manhã. Eu costumo chegar aqui por volta das 7h30, pois preciso fazer isso cedo, já que os clientes aproveitam para tomar café da manhã”, detalha.

Ela também fala que costuma trazer cerca de noventa quilos de pupunha cozida, preparada em dois panelões, além de aproximadamente oitenta quilos de pupunha in natura. “Eu só saio do trabalho quando já vendeu tudo, geralmente por volta das 13h ou 13h30”.

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Para ela, a fidelidade dos clientes se deve à qualidade da pupunha que oferece. “Meus clientes são exigentes e não posso decepcioná-los. O quilo da pupunha está custando R$ 30, mas vendo a partir de R$ 5 por peso na balança”, explica.

Na esquina da Avenida Pedro Miranda com a Rua Barão do Triunfo, Aguinaldo Saraiva, de 40 anos, conquistou sua reputação vendendo pupunha há mais de dez anos, direto de sua kombi. Ele explica que o segredo do sucesso é que suas pupunhas são cozidas no fogo a lenha. “As pessoas gostam da minha pupunha porque ela tem qualidade. Assim, fui construindo minha fama, principalmente pelo boca a boca. Um cliente indica para outro, e assim as pessoas vêm até aqui. Mas tudo isso é resultado de muito esforço, graças a Deus”, conta.

BENEFÍCIOS:

O nutricionista clínico Fernando Leite comenta que a pupunha ainda é pouco conhecida fora do Estado. Segundo ele, o que chamamos de pupunha na Amazônia é diferente da pupunha encontrada no sul do país, que na verdade é o que conhecemos como palmito.

“Sem falar no aspecto social, já que a pupunha faz parte da nossa cultura e da nossa alimentação, especialmente para as comunidades ribeirinhas. Claro que também precisamos ficar atentos ao valor calórico do alimento. E, por ser um fruto sazonal — porque seu cultivo é mais tradicional e não voltado para exportação em grande escala — ela tem seus períodos de colheita bem definidos. Essa sazonalidade faz parte da nossa identidade cultural e da nossa relação com esse alimento tão importante”, pontua. Ele explica que a pupunha é um alimento que possui carboidratos complexos, o que a torna uma boa fonte de energia. Além disso, também contém uma quantidade significativa de gordura, o que é importante para o nosso organismo.

Como é uma fruta, ainda oferece boas quantidades de proteína vegetal, semelhante a algumas outras frutas que conhecemos. “Sua composição é bastante completa, pois é rica em gordura boa, especialmente os chamados ácidos graxos insaturados, que fazem bem para a saúde cardiovascular. Essas gorduras também fornecem vitaminas do complexo B, essenciais para o funcionamento do sistema nervoso e do metabolismo, tornando a pupunha um alimento bastante nutritivo e benéfico”, esclarece.

Ele alerta que, mesmo sendo bom para o coração, não se pode comer de tudo sem moderação e destaca uma característica importante: a pupunha é rica em fibras. “Essas fibras ajudam a controlar o colesterol, pois melhoram o tempo de absorção das gorduras. Além disso, contribuem para a regulação da glicemia, devido à mesma ação, tornando esse alimento bastante benéfico”, detalha.

“Além disso, é uma fonte importante de beta-caroteno, um carotenoide semelhante ao encontrado na cenoura e na beterraba. Esses alimentos são ricos em carotenoides e o beta-caroteno, que é uma pró-vitamina ‘A’ essencial para a visão e para a regeneração da pele”, afirma.

Ele destaca que a pupunha também possui algumas características do nosso solo, como certos minerais, entre eles o potássio, o cálcio e o fósforo. “Além disso, ela contém fibras insolúveis, que ajudam na regulação do intestino, melhorando o funcionamento do órgão e contribuindo para uma digestão mais saudável”, conclui.

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