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domingo, junho 15, 2025
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Veja como funciona os bastidores de um circo

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Para muita gente, o picadeiro do circo não é apenas um espetáculo. É também a trajetória de vida e realizações de conquistas, além da construção de laços com pessoas de diferentes localidades. No mês passado, o Circo Celestia chegou em Belém e está com apresentações por tempo indeterminado no estacionamento do Shopping Bosque Grão Pará, no bairro de Val-de-Cans.

Pela primeira vez na capital paraense, os espetáculos duram cerca de 1h40. O circo possui cerca de 200 pessoas envolvidas na preparação e execução das apresentações no local, entre artistas de diferentes países da América Latina, como Brasil, Uruguai, Chile, Argentina e Venezuela; da Europa, vindos da Itália e Espanha; e da Ásia, com um artista da Mongólia. Anteriormente, o espetáculo passou por São Luís, no estado do Maranhão. A estrutura do circo abriga cerca de 1.500 visitantes.

O circo é comandado pela família Stevanovich, conhecida pela experiência circense, e oferece uma apresentação composta por música, dança, teatro e manobras radicais, dentro de uma estrutura de 800 toneladas de equipamentos.

O DIÁRIO conversou com três artistas do Celestia para entender um pouco mais do cotidiano de um circo, como estes artistas iniciaram a trajetória no ramo e compreender a magia do circo pelos olhos destes personagens do espetáculo.

Nascido na Mongólia, país asiático que faz fronteira com a China e Rússia, o acrobata e motociclista Bobi Zolbo, 35, antes de fazer parte do Celestia, trabalhava em um circo na França, quando foi observado por olheiros que lhe ofereceram um contrato para atuar no circo atual. Zolbo explica que a paixão pela profissão é de longa data. Os pais dele também atuavam nos circos, o que foi um incentivo para que Zolbo seguisse no caminho das acrobacias.

“Sou a quarta geração na minha família que trilhou esse percurso”, revela. Zolbo fez a primeira apresentação em circos aos sete anos de idade, realizando acrobacias na companhia dos pais. “Deu um frio na barriga e bateu o nervosismo”, relembra. Mas deu tão certo que 28 anos depois ele continua alegrando plateias pelas cidades onde o circo visita.

Além de acrobacias, Zolbo também participa do famoso “Globo da Morte”, atração radical em que motociclistas desafiam as leis da gravidade e proporcionam uma experiência emocionante ao público.

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Como ressalta Zolbo, tudo tem que estar perfeitamente ensaiado. “É uma rotina que exige de nós muito treinamento, disciplina e ensaio. É um espetáculo que é ao vivo para as pessoas assistirem”, explica o artista, sobre a dedicação diária entre academia e treinos.

Um dos momentos mais desafiadores foi na época da pandemia, quando Zolbo se viu sem trabalhar por longos meses. “O circo para mim é tudo. Além de trazer alegria para as pessoas, também gera empregos”.

A leveza e precisão nos movimentos da artista circense de acrobacias e equilíbrios Luie Wanderley, 25, encantam o público. Há oito anos, a venezuelana trabalha na área circense. Ainda na Venezuela, ela era bailarina quando decidiu sair do país natal e vir ao Brasil para fazer faculdade de dança, no estado de Goiás. Quis o destino que Luie cruzasse o caminho com o circo. “Eu já era bailarina e quando tive a oportunidade de trabalhar em circo, vi uma chance de mostrar o que faço”.

Porém, para estar no picadeiro na hora do espetáculo, existe uma preparação extensa ao longo dos dias. Luie explica que, diariamente, são realizados ensaios e sessões de academia, devido à exigência que a apresentação necessita sobre o corpo. Ao todo, são pelo menos três horas de dedicação compartilhadas entre ensaios no circo e diferentes atividades na academia.

“Precisamos ter muita confiança, força, flexibilidade e equilíbrio”, ressalta. Para além da realização dos espetáculos, Luie descreve outra realidade de quem se apresenta no picadeiro: os laços de afetividade construídos ao longo do tempo com os integrantes do circo. Isso porque a artista afirma que o circo é uma grande família e representa tudo na vida dela. O número que Luie faz no espetáculo se chama “Mão a Mão”, no qual o público assiste a movimentos precisos de acrobacias.

Luie divide no picadeiro o “Mão a Mão” com o também acrobata e venezuelano Hoswel Garces, 33, companheiro dela. Garces começou a estudar a arte circense em 2012, na Fundación Circo Nacional de Venezuela, onde desenvolveu técnicas importantes que contribuíram para o desenvolvimento enquanto artista. “Desde lá eu não parei mais. Estou há 13 anos na área”, destaca. No país vizinho, Garces trabalhava com malabarismo pelas ruas.

Porém, devido a instabilidade política, escassez de recursos básicos e de oportunidades que atravessa a Venezuela há quase uma década, o fluxo migratório fez Garces chegar ao Brasil no ano de 2017. Ao chegar em terras brasileiras, ficou em Goiás, onde conheceu a acrobata Luie Wanderley, companheira de vida e de picadeiro de Garces. Aqui no território nacional, ele se sente satisfeito. “É uma realização. Eu sempre sonhei em poder trabalhar no circo. Agora é uma realidade e felicidade. É minha vida”.

Garces explica que é preciso ter muita disciplina de treinos para realizar os movimentos de malabarismo no picadeiro. “É uma responsabilidade bem grande. Nosso número (“Mão a Mão”) faz parte do espetáculo. Somos uma família e temos que nos ajudar para que o show seja sempre da melhor forma”, descreve, sobre a rotina circense. Garces ressalta ainda que “o circo proporciona viajar pelo mundo, conhecer diferentes pessoas e lugares e levar alegria a muitos países levando a arte”.

SERVIÇO

Circo Celestia

Temporada Belém

Onde: Estacionamento do Shopping Grão Pará, localizado na avenida Centenário, 1052, bairro de Val-de-Cans

Dias: Segundas, terças, quintas e sextas-feiras, às 20h; sábados, domingos e feriados às 16h, 18h e 20h

Ingressos: a partir de R$40,00, disponíveis no site circocelestia.com.br ou na bilheteria do circo

Outras informações: Instagram @circocelestia

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