O Mundial de Clubes reúne os melhores times dos últimos quatro anos de cada continente, mas longe de toda a “pompa” dos gigantes europeus e sul-americanos. O Auckland City, da Nova Zelândia, chega à competição com o status de equipe amadora. Hoje, o time neozelandês enfrenta o Bayern de Munique.
O amadorismo do Auckland City é declarado pelo próprio clube. A afirmação é uma das primeiras no site oficial do time neozelandês.
Conteúdo Relacionado:
- Botafogo enfrenta o Seattle sob o horizonte da Copa de 2026
- Palmeiras x Porto: tudo sobre o jogo da Copa do Mundo de Clubes
- Mundial de Clubes e Série B: horários e onde ver ao vivo
“O Auckland City FC é um clube amador, com nossos jogadores tendo ocupações em tempo integral fora do futebol ou estudando de alguma forma”, comunicou o Auckland City
Os atletas levam vida de “jornada dupla” e conciliam os treinos e jogos com outras profissões. O elenco tem desde pintor até corretor imobiliário e barbeiro [veja a lista abaixo].
“Somos um time amador. Meus colegas são pintores, professores, trabalhadores de depósito ou corretores imobiliários. Posso dizer que só ganho a vida com futebol porque, além do meu trabalho como jogador, também trabalho como treinador na academia de futebol do nosso clube”, disse Gerard Garriga, meio-campista do Auckland, ao Bild.
Alguns jogadores da equipe precisaram tirar férias não remuneradas dos seus empregos para poderem jogar a Copa do Mundo de Clubes. O propósito? Aparecer aos olhos do mundo todo e evitar goleadas contra Bayern de Munique, Benfica e Boca Juniors, rivais no Grupo C.
“Nossas chances de ganhar são quase zero. Alguns jogadores precisaram sacrificar suas férias para ir aos jogos […] Acho isso impossível [uma vitória] ou até mesmo um empate. Se sofrermos cinco gols ou menos, acho que podemos sair do estádio de cabeça erguida. Ficaria muito feliz se deixássemos os neozelandeses e nossas famílias orgulhosos e não nos envergonhássemos. No vestiário, brincamos que faríamos uma verdadeira festa se perdêssemos por apenas 2 a 0”, seguiu Gerard Garriga.
Amador, sim. Soberano, também.
O Auckland City é, hoje, o principal time de futebol na Oceania. A equipe foi fundada em 2004, teve crescimento rápido e passou a dominar não só a Nova Zelândia, como também o continente.
A sala de troféus do Auckland está cheia: são 13 títulos da Liga dos Campeões da Oceania e 12 conquistas do Campeonato Neozelandês. Estes troféus compartilham espaço com taças de competições locais menores.
As conquistas continentais tornaram o Auckland City presença constante em Mundiais de Clubes. A equipe neozelandesa disputou 12 edições no antigo formato na competição e será a única representante na Oceania neste ano – há apenas uma vaga para o continente, destinada ao melhor time no ranking da Fifa.
A soberania tem uma “ajuda” de outros times locais. O Wellington Phoenix e o Auckland FC surgiram como times profissionais na Nova Zelândia, mas decidiram se filiar à federação da Austrália. Portanto, atuam nas competições australianas e disputam torneios continentais na Ásia, uma vez que a Austrália deixou a Confederação da Oceania para jogar na Confederação Asiática.
Sem os australianos e os times profissionais locais, a missão ficou “mais fácil”. O Auckland City enfrenta, além de outros times amadores da Nova Zelândia, equipes de países menores, como Papua-Nova-Guiné, Fiji e Ilhas Salomão, nos jogos pela Liga dos Campeões da Oceania.
Ídolo sul-americano.
O maior jogador da história do Auckland City é argentino. Emiliano Tade chegou ao clube em 2011 e permaneceu até meados de 2020. O restante da carreira foi discreto.
Tade é o jogador com mais jogos, o maior artilheiro e o maior assistente da história do Auckland City. Ao todo, ele participou de 230 jogos, marcou 134 gols e deu 59 assistências.
Profissões dos jogadores do Auckland City
- Adam Mitchell (Zagueiro) – Corretor de imóveis
- Conor Tracey (Goleiro) – Estoquista
- Mario Ilich (Meia) – Representante de vendas da Coca-Cola
- Christian Gray (Zagueiro) – Professor em formação
- Nikko Boxall (Zagueiro) – Corretor em empresa de seguros
- Paris Domfeh (Meia) – Estudante universitário
- Myer Bevan (Atacante) – Estuda educação física e personal training
- Gerard Garriga (Meia) – Treinador em academia de futebol
- Angus Kilkolly (Atacante) – Operador em empresa de ferramentas
- Dylan Manickum (Meia) – Engenheiro assistente de obra
- Ryan De Vries (Atacante) – Polidor de carros
- Regont Murati (Lateral) – Product Owner
- Jordan Vale (Lateral) – Professor em escola de ensino fundamental
- Jeremy Foo (Meia) – Estudante de ciências
- Jerson Lagos (Atacante) – Barbeiro
- Sebastián Ciganda (Goleiro) – Limpador de piscinas
- Dylan Connolly (Lateral) – Fisioterapeuta
- Matt Ellis (Meia) – Assistente de vendas em empresa de alimentos
- Adam Bell (Lateral) – Vendedor no varejo e estudante
- Tong Zhou (Meia) – Líder de programa comunitário e educador ligado ao King’s College
- Alfie Rogers (Lateral) – Representante de vendas da Coca-Cola
- Natha Garrow (Goleiro) – Estudante em tempo integral
- Michael De Heijer (Zagueiro) – Líder de equipe na LifeChanger Foundation
- David Yoo (Meia) – Treinador comunitário de futebol
- Ryan Ellis (Atacante) – Estudante universitário e técnico de base
- Haris Zeb (Atacante) – Treinador comunitário de futebol
- Areya Prasad (Goleiro) – Estudante do St. Peter’s College
- Jackson Manuel (Meia) – Treinador comunitário de futebol