Uma dor de cabeça, um resfriado, uma febre. Qualquer doença já é um motivo para o brasileiro procurar um remédio na sua farmacinha em casa, ou procurar uma drogaria mais próxima para comprar aquele analgésico baratinho que vai resolver logo o problema. Doses adequadas às necessidades individuais, por um período correto e ao menor custo. Esse é o tripé preconizado pela Organização Mundial da Saúde para o uso racional de medicamentos. No Brasil, 5 de maio é o dia dedicado ao movimento para combater no país um problema de ordem mundial, que pode causar danos irreversíveis e até levar à morte. Segundo estimativas da OMS, mais da metade dos medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos de forma inadequada e metade dos pacientes não faz uso corretamente.De acordo com Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox/Fiocruz), anualmente são registrados mais de 30 mil casos de internação por intoxicação medicamentosa, com cerca de 20 mil mortes no Brasil. Levantamento do Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ) feito em 2022 revelou que 89% das pessoas se automedicam no Brasil.Veja também:Hospital Regional abre vagas de emprego para diversas áreasMedo e fé: como um pai de santo aterrorizava suas vítimas!Veja a provável nova data da aplicação do Enem dos concursosEm alusão ao Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, celebrado no domingo (5), o Hospital Regional do Sudeste do Pará – Dr. Geraldo Veloso (HRSP), em Marabá, realizou na última sexta-feira (3), uma série de palestras educativas para os pacientes da instituição, com objetivo de conscientizar sobre os riscos associados ao uso indiscriminado de medicamentos.Flávio Marconsini, diretor-executivo do hospital, destacou que a iniciativa faz parte do projeto “Saúde em Foco”, que oferece informações relevantes sobre saúde à comunidade. “Nosso objetivo é promover uma cultura de cuidado e prevenção, orientando a comunidade sobre como usar medicamentos de forma segura e eficaz”, explicou.
Durante as palestras, os participantes receberam orientações sobre os perigos da automedicação, a importância da prescrição médica, o armazenamento correto de medicamentos, o descarte adequado de medicamentos e outros temas relevantes. Dados do Conselho Federal de Farmácia (CFF), indicam que 77% dos brasileiros se automedicam, o que reforça a necessidade das ações educativas.Telma Souza, moradora de Marabá, referenciada para realizar exames de Raio-x no hospital, destacou que as ações educativas ajudam a conscientizar a população sobre o uso adequado de medicamentos. “Com frequência, devido à falta de informação, muitas pessoas recorrem à automedicação, o que pode tornar mais graves problemas de saúde. É importante seguirmos as orientações dos profissionais de saúde e respeitar as prescrições medicamentosas”, enfatizou.A unidade de saúde pública do Governo do Pará é gerenciada pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).AlertaAs ações educativas conduzidas pelo serviço de Humanização da Unidade do Governo do Pará, como parte integrante do Projeto “Saúde em Foco”, contaram com a participação dos profissionais de farmácia da instituição, que percorreram recepções, corredores e unidades de internação, alertando sobre os perigos da automedicação.O farmacêutico Deyvison Paixão, coordenador da farmácia do hospital, enfatizou que a automedicação não apenas pode mascarar sintomas, dificultando diagnósticos precisos, como pode levar a sérias complicações de saúde, como reações adversas, intoxicações e até mesmo resistência bacteriana a determinados medicamentos.”É fundamental compreendermos que a automedicação é um risco que devemos evitar a todo custo. Consultar um profissional de saúde e seguir suas orientações é o caminho mais seguro para preservar nossa saúde e bem-estar”, explicou.O profissional ainda sublinhou que os principais medicamentos utilizados na automedicação são os anti-inflamatórios e analgésicos, frequentemente empregados para alívio dos sintomas de dor e febre. “A busca pelo alívio imediato pode custar caro à nossa saúde a longo prazo”, alertou.Os farmacêuticos do Regional em Marabá apontam quatro riscos da automedicação. São eles:Dependência: Alguns medicamentos têm potencial para causar dependência física ou psicológica, o que pode levar a problemas sérios de saúde e bem-estar;Efeitos adversos: A automedicação aumenta o risco de efeitos colaterais indesejados e perigosos, especialmente quando os medicamentos são usados de forma inadequada ou em combinação com outros;Interações medicamentosas desconhecidas: Sem orientação profissional, as pessoas podem inadvertidamente combinar medicamentos que interagem de maneira negativa, potencializando ou diminuindo seus efeitos, o que pode ser prejudicial à saúde;Riscos de intoxicação: A dosagem inadequada de medicamentos, seja por erro de cálculo ou ignorância dos efeitos, pode levar a intoxicações graves, com consequências que variam de danos ao fígado e rins até risco de vida.Perfil – O Hospital Regional do Sudeste do Pará, é referência para procedimentos de média e alta complexidade para mais de um milhão de pessoas, em 22 municípios da região. A instituição conta com 135 leitos, dos quais 97 são para unidades de internação clínica e médica, e 38 para Unidades de Terapia Intensiva (UTI), estas com 20 leitos de UTI adulto, nove de UTI pediátrica e nove de UTI Neonatal, estrutura que possibilita atender pacientes em diferentes níveis de complexidade.