O futebol é uma gangorra de emoções e ninguém entende mais sobre isso do que o torcedor azulino. Desde 2024, o Leão Azul vem proporcionando um misto de emoções dentro de uma mesma temporada.
Em 2025, o Remo começou com enormes expectativas, muitas delas geradas pelo acesso à Série B no ano passado. O torcedor do Leão começou o ano acreditando que esta será uma temporada gloriosa. Muitos jogadores com destaque nacional acabaram desembarcando no Baenão para reforçar a equipe.
CONTEÚDOS RELACIONADOS
- Daniel Paulista em Belém: Técnico será apresentado pelo Remo nesta segunda (17)
- Vídeo: Clube do Remo treina em campo de “pelada” e torcida detona
- Clube do Remo: recomeço é a palavra-chave
O atacante Felipe Vizeu, ex-Flamengo e que jogou a Série A pelo Criciúma ano passado; Pedro Rocha, campeão da Copa do Brasil com o Grêmio em 2016 e que também jogou no Tigre, ao lado de Vizeu, em 2024, são alguns dos nomes badalados que chegaram para fortalecer uma equipe recém promovida à Série B. E a manutenção do técnico Rodrigo Santana, fizeram com que a torcida começasse o novo ano esperançosa.
E o início oficial da temporada não poderia ter sido melhor, com uma goleada por 5×0 em cima do São Francisco na estreia do Parazão 2025, em um Mangueirão com mais de 20 mil pessoas. E nas partidas seguintes, seguiu-se no caminho das vitórias (Caeté 0x4 Remo e Águia de Marabá 0x1 Remo), até chegar ao jogo contra o Capitão Poço, em um dramático 2×2, arrancando um empate na fase final do jogo. A partir dali, o otimismo passou a dar lugar para uma certa desconfiança.
Quer mais notícias do Clube do Remo? Acesse o canal do DOL no WhatsApp.
Eliminação precoce nas copas
A primeira crise no Baenão veio após a eliminação precoce na Copa Verde. Logo no primeiro confronto, o Leão Azul caiu diante do São Raimundo-RR, nos pênaltis, dentro do Baenão. O revés fez a torcida questionar o planejamento feito pela diretoria azulina, pois um time com folha salarial modesta, que girava em torno de R$120 mil, eliminou o Remo, com vencimentos mensais na casa dos milhões.
Porém, apesar da eliminação na Copa Verde, o Leão Azul seguiu invicto no ano, sustentando uma sequência sem derrotas no Campeonato Paraense. A queda precoce na competição regional, no entanto, passou a gerar desconfiança sobre a capacidade do time em responder nos momentos decisivos, aumentando a pressão para os próximos desafios da temporada.
E continuou invicto na temporada, mesmo enfrentando os rivais Tuna Luso e Paysandu, este último, deixando escapar a vitória no último minuto. E a estreia na Copa do Brasil, uma vitória por 4×0 sobre o GAS-RR, fora de casa, retomou aquele otimismo do início da temporada, mostrando uma equipe que saberia enfrentar jogos decisivos. Mas, em apenas 10 dias, tudo ruiu por completo.
No dia 1º de março deste ano, o Remo foi à Cametá enfrentar o time da casa e perdeu por 1×0 pela última rodada da primeira fase do Parazão. Ali, o Leão perdeu sua invencibilidade no ano, porém, se manteve na liderança da competição. No dia 7 deste mês, às vésperas do início das quartas de finais, o Campeonato Paraense foi paralisado após denúncias de irregularidades de Capitão Poço, Tuna Luso, Bragantino e o próprio Remo, fazendo com que todos os jogos fossem cancelados após julgamentos e punições impostas pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Pará.
E no dia 11, veio o tão aguardado jogo da 2ª fase da Copa do Brasil contra o Criciúma, no Mangueirão. E, novamente, outra decepção azulina, com uma eliminação dentro de casa perdendo por 2×1, em uma partida que o Remo em nenhum momento fez por merecer a classificação. Ali, a torcida mudava de vez o sentimento de otimismo à revolta com as eliminações precoces na Copa Verde e Copa do Brasil.
Para piorar o cenário que já estava desfavorável, a falta de um lugar apropriado para treinamento passou a incomodar a equipe técnica, os jogadores e a torcida. Com o Baenão fechado para reformas no gramado e um Centro de Treinamento sem a menor condições de treinos, o clube passou a buscar locais alternativos para treinar, chegando a ter que ir até o município de Santa Bárbara, mais de 50 km de distância do Baenão, para realizar os treinos.
Troca no comando técnico e o novo começo
Após a eliminação na Copa do Brasil, a diretoria azulina demitiu o técnico Rodrigo Santana, mas não perdeu tempo. No mesmo dia que oficializou a saída de Santana, anunciou a contratação de Daniel Paulista, que estava sem clube desde a metade de 2024, quando saiu do CRB-AL.
A nova era no Baenão sob o comando da recente comissão técnica comandada por Daniel Paulista começou nesta sexta-feira, dia 14. O técnico ainda não esteve presente, pois sua chegada à capital paraense aconteceu na noite deste sábado (16), mas o elenco já trabalhou sob o comando do seu auxiliar-técnico, Eudes Pedro, e do preparador físico Rodolfo Mancha.
Professor na área! 🗒✍️
O técnico Daniel Paulista chegou na noite deste sábado (15) e já está na capital paraense para comandar o Rei da Amazônia. #OReiDaAmazônia pic.twitter.com/GB8pQvWaKZ
— Clube do Remo (@ClubeDoRemo) March 16, 2025
Com a indefinição em relação aos jogos do Campeonato Paraense, o próximo jogo concreto do Leão será no dia 4 de abril, na estreia da equipe no Campeonato Brasileiro da Série B, contra a Ferroviária-SP, fora de casa. Até lá, serão duas semanas até que o time volte a campo.
Daniel Paulista levará um tempo para se adaptar, o que é natural. No entanto, há dias suficientes para deixar a equipe num bom momento para enfrentar a Ferroviária. Além disso, a janela de transferência voltou a ser aberta para a contratação dos jogadores que estavam sem contrato ou que estão participando dos campeonatos estaduais, todos em etapas finais. Antes mesmo de fechar com o clube, Paulista conversou com os dirigentes sobre essa possibilidade. Ou seja, a semana que vem deve ser movimentada com a chegada de mais reforços e não está descartada, inclusive, a saída de alguns jogadores.