Ana Laura Costa/ Diário do Pará – Segundo dados da 4ª edição da pesquisa “Visível e Invisível: A Vitimização de Mulheres no Brasil”, divulgada pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), em 2022 50.962 mulheres sofreram violência. O levantamento também aponta que, ao longo da vida, 33,4% das mulheres brasileiras com 16 anos ou mais sofreram violência física e/ou sexual por parte de parceiro íntimo ou ex.
A porcentagem é maior do que a média global, de 27%, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em Belém, a Rede Mulheres da Amazônia (Rema), uma associação sem fins econômicos, tem como principal objetivo contribuir na promoção da equidade e no combate à violência de gênero, considerando os índices de desigualdade e violência sofridos por mulheres no contexto amazônico.
Vanessa Albuquerque, presidente da Rema, comenta que a criação da associação se deu pois algumas voluntárias foram vítimas de violência doméstica e familiar ou conhecem alguma mulher que também foi vítima. “Neste sentido, nasceu a necessidade destas mulheres ajudarem outras mulheres a se fortalecerem e superarem os entraves que impossibilitam a quebra do ciclo de violência”.
Além de Vanessa Albuquerque, o projeto conta com a administradora Maíra Parente, vice-presidenta, responsável por fazer as articulações das ações; a psicóloga Adriana Cavalcante, que possui experiência no atendimento de mulheres em situação de violência; a odontóloga Ivone Ribeiro que cuida dos projetos de saúde integral da mulher, e mais cinco voluntárias.
“A violência doméstica e familiar contra a mulher é a situação mais recorrente no que concerne à violência de gênero que atendemos. Atuamos no acolhimento e fortalecimento de mulheres que sofreram ou sofrem violência de gênero, através de apoio psicossocial e orientações jurídicas, informando os meios necessários para serem efetuados os devidos encaminhamentos junto ao sistema de justiça”, disse.
Ainda de acordo com a presidente, em uma visão interseccional, mulheres pretas e pobres estão em uma situação de maior vulnerabilidade. Ela também acrescenta que muitas delas permanecem no ciclo de violência por dependência emocional e financeira em relação ao agressor. “Então, o grande desafio após o seu acolhimento em uma escuta ativa, é fortalecer o seu emocional e, se assim desejarem, serem encaminhadas ao mercado de trabalho, através da nossa parceira Gestor Consultoria, de forma que possamos interromper as barreiras que impedem a quebra do ciclo de violência doméstica e familiar contra a mulher”, destaca.
Como estratégia para conscientizar e combater a violência de gênero, a Rede Mulheres da Amazônia realiza campanhas nas redes sociais, como no perfil do instagram @redemulheresdaamazônia_rema, bem como em espaços fornecidos por outras organizações que atuam em temas diversos.
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