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segunda-feira, janeiro 20, 2025
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Protesto na BR-316 denuncia calote em hospital de Ananindeua

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Na manhã desta segunda-feira, 20, funcionários do Hospital Anita Gerosa, junto com moradores de Ananindeua, realizaram um protesto em frente à unidade de saúde, exigindo uma posição das autoridades municipais sobre a suspensão do atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente no que diz respeito à maternidade pública. Os trabalhadores, por sua vez, demonstram receio de perderem seus empregos devido à crise financeira que atinge o hospital.

A situação é resultado dos constantes atrasos nos pagamentos da Prefeitura de Ananindeua ao hospital, que possui um convênio com o SUS para prestar serviços à população. De acordo com o portal da Transparência, a Prefeitura tem atrasado pagamentos de até seis meses, o que tem agravado ainda mais a situação do hospital, que já enfrenta uma defasagem dos valores repassados pelo SUS.

VÁRIOS MESES DE ATRASO

Até o dia 26 de dezembro de 2024, a Prefeitura de Ananindeua não havia quitado os pagamentos de serviços referentes aos meses de agosto, setembro, outubro e novembro do mesmo ano, além das verbas do SUS para o pagamento do piso nacional dos profissionais de Enfermagem, relativas aos meses de novembro, dezembro e 13º salário. De acordo com uma fonte do hospital, também estão pendentes R$ 390 mil pelo uso de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) durante o ano de 2023, o que eleva o calote a quase R$ 3,4 milhões.

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Convênio Insustentável e Falta de Reajustes

Segundo uma fonte interna do hospital, o convênio com a Prefeitura de Ananindeua se tornou “insustentável”. O hospital recebe recursos exclusivamente federais, que não são reajustados há 20 anos, além da falta de complementação financeira por parte do município. A situação se agravou ainda mais devido aos atrasos constantes no pagamento, que começaram em 2022, no segundo ano da gestão do prefeito Daniel Santos, e se tornaram mais críticos em 2023. “Chegamos a ficar quatro meses sem receber nada do município, e, quando os pagamentos foram retomados, formou-se uma bola de neve que ainda não foi regularizada”, relatou a fonte, destacando que, nas gestões anteriores, os pagamentos eram feitos em até 60 dias.

Em comunicado oficial, o Hospital Anita Gerosa informou que seu déficit mensal é de R$ 800 mil, valor que deveria ser coberto pela Prefeitura de Ananindeua. Sem esse financiamento, a continuidade dos serviços torna-se inviável. Atualmente, o déficit está sendo bancado pela Sociedade Beneficente São Camilo (SBSC), mantenedora da unidade, que lamentou a situação e afirmou ter feito diversas tentativas de diálogo com a Prefeitura para evitar a suspensão dos atendimentos. No entanto, a Prefeitura só procurou o hospital pela primeira vez no último sábado (21) para agendar uma reunião.

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O hospital confirmou que, a partir de 26 de janeiro, suspenderá os atendimentos hospitalares, mantendo apenas os serviços ambulatoriais (consultas e exames) para pacientes particulares e conveniados. A medida resultará na demissão de cerca de 150 funcionários. A decisão foi comunicada oficialmente às autoridades de saúde do município, e o hospital reiterou que a rescisão do convênio já foi formalizada.

Confira mais detalhes na reportagem de Edimar Assunção, da RBA/TV:

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