Nildo Lima
Com os dois gols que marcou na goleada, por 4 a 2, sobre o Manaus, no último final de semana, o atacante Nicolas chegou à marca de onze tentos com a camisa do Paysandu, se transformando no 2º maior artilheiro do futebol brasileiro. O atacante gaúcho só está atrás de Júnior Santos, do Botafogo-RJ, que em 12 jogos, um a mais que o ídolo da Fiel, com 12 tentos. Paulo Baya, do Goiás, e Robson, do Coritiba, também têm 11 gols. Em quatro temporadas vestindo a camisa do Papão – 2019/20/21/24 -, o jogador soma 65 gols em 116 partidas. Os gols marcados diante do adversário manauara foram os primeiros, este ano, em competições interestaduais.
O atacante passou em branco nos dois jogos feitos pelo Paysandu na Copa do Brasil, contra o Ji-Paraná-RO (0 a 0) e Juventude-RS (3 a 1), resultado este que eliminou a equipe paraense do torneio nacional. Embora satisfeito, óbvio, por ter voltado a balançar a rede, o jogador evitou tratar especificamente do seu desempenho diante do Manaus. Ele preferiu, num gesto de humildade, dividir os méritos pela classificação do time na Copa Verde com os seus companheiros de equipe.
“Fizemos um grande jogo. Levamos um susto no início do primeiro tempo, mas somos muito fortes dentro de casa. Passamos o jogo inteiro em cima da equipe adversária. Tivemos a felicidade, o poder físico, poder técnico no segundo tempo de marcar a partida. Está todo mundo de parabéns: comissão, jogadores, direção, staff, torcida”, disse, na saída de campo. O jogador parabenizou a Fiel, que lotou a Curuzu, empurrando a equipe para a vitória por 4 a 1, mesmo depois de o adversário abrir o placar.
“Eles fizeram a parte deles. Nunca nos abandonam. Mais uma vez mostram a força deles aqui na Curuzu”, elogiou o jogador, em tom de agradecimento aos torcedores alvicelestes. Agora, o atacante tem, amanhã, diante do Águia de Marabá, a oportunidade de ampliar a sua marca de artilheiro com a camisa do Papão. O reencontro do jogador com a Fiel é bem diferente do que ocorreu em sua passagem pelo Ceará-CE, pelo qual só marcou três gols em 31 apresentações.
Posicionamento em campo é crucial
Para Hélio dos Anjos a boa produtividade de Nicolas em termos de gols com a camisa do Paysandu se deve ao posicionamento do jogador em campo, determinado pelo treinador. Na avaliação do técnico, que é o responsável pelo deslocamento do atleta do meio de campo para o ataque, em sua passagem anterior pelo Papão, ele cumpre de maneira adequada a missão de atuar dentro da grande área do adversário. De acordo com Dos Anjos, Nicolas não tem nenhuma obrigação de participar da articulação do time no setor de meio de campo. Muito ao contrário, ele é até proibido de ocupar o espaço intermediário.
“O Nicolas não é um jogador que tem grande influência tática em nossa equipe”, declarou o treinador, fazendo referência à parte de criação. “Cobro muito dele para que não venha jogar na zona dos volantes dos adversários”, contou. A recomendação passada pelo técnico ao artilheiro é só uma. “Quero ele enfiado. Ele tem uma capacidade maior de retenção de bola dentro da grande área do que no meio de campo. Se colocar o Nicolas dentro da grande área ele é forte. No meio de campo ele não responde”, assegurou. “Ele é tático na retenção de bola, ele é tático no ataque de linha”, prosseguiu.
De acordo com o técnico, Nicolas teve, no passado, ao seu comando, uma outra função, tendo mais liberdade para vir buscar a bola no meio de campo. “Quando coloquei o Nicolas para atuar como atacante algum tempo atrás, ele tinha uma participação maior. Ele tinha quatro anos a menos e uma vontade de virar um jogador. Então tenho de entender o jogador”, disse. O comandante bicolor pretende ver os companheiros de Nicolas chegando mais junto do atacante. “Acho que temos de complementar mais o apoio ao Nicolas”, ressaltou Dos Anjos, para quem o atacante, junto com Edinho, definiram a goleada sobre o Manaus, no domingo.
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