A troca de treinadores é um movimento comum no futebol, principalmente no brasileiro. Às vezes, uma mudança se traduz em uma reviravolta positiva, com a equipe se reencontrando e alcançando melhores resultados. Em outras, o efeito é o oposto, e o clube se vê ainda mais distante dos objetivos traçados.
A decisão da troca de um treinador reflete a busca por uma nova energia, uma nova estratégia ou até mesmo uma mudança de mentalidade.
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Para a sorte do Paysandu e da Fiel Bicolor, a chegada de Márcio Fernandes para ocupar a vaga de Hélio dos Anjos tem dado certo. Atualmente, a equipe tem apenas 0.24% de chances de rebaixamento.
Com o primeiro treinador foram 25 partidas, 5 vitórias, 12 empates e 8 derrotas. Enquanto isso, com o atual comandante, são 10 partidas, 5 vitórias, um empate e 4 derrotas.
Enquanto Hélio alcançou apenas 36% de aproveitamento, Márcio tem 53,33%. E os números como mandante são ainda mais alarmantes: 41,7% x 80%.
Então fica a reflexão: o que mudou de uma gestão para a outra?
1 – Perfil de Liderança e Flexibilidade
Hélio dos Anjos é conhecido por sua postura mais firme e menos flexível, mantendo uma formação e um elenco que ele considera ideal, mesmo quando enfrenta críticas ou pressões. Isso lhe confere a imagem de um técnico “cabeça-dura”, que insiste em sua visão inicial.
Em contrapartida, Márcio Fernandes demonstra uma abordagem mais adaptável e flexível, com uma gestão de elenco que permite uma rotação estratégica dos jogadores, buscando entender o que funciona melhor em cada fase e momento da competição.
2 – Estilo Tático
Hélio sempre preferiu uma estratégia mais ofensiva, priorizando um jogo de ataque. Porém, em diversas partidas, essa abordagem se mostrou arriscada, especialmente quando a leitura das situações de jogo não correspondia ao adversário. Isso acabou comprometendo a conquista de pontos importantes. Lembram da famosa “linha alta”?
Já Márcio adota uma tática mais equilibrada e contextual, ajustando a equipe conforme as adversidades e particularidades de cada oponente, o que proporciona uma postura mais cautelosa e eficiente na busca de resultados.
3 – Leitura e Adaptação ao Jogo
Enquanto Hélio tende a confiar no seu plano inicial ao longo da competição, Márcio é mais analítico e adaptativo. Ele não hesita em alterar a estratégia conforme o desenvolvimento das partidas, promovendo ajustes que trazem maior estabilidade e controle do jogo.
Essa diferença evidencia o contraste entre um estilo mais fixo e outro mais dinâmico, mostrando como cada treinador explora o potencial da equipe de maneiras distintas.
4 – Gestão dos “Medalhões”
Hélio, embora optasse por deixar alguns jogadores mais experientes no banco, pouco demonstrava uma postura enérgica ou impactante nessa decisão.
Já Márcio Fernandes, desde que assumiu, mostrou autoridade e não hesitou em tomar decisões drásticas, dispensando nomes de peso como Gonzales e Cazares.
Essa postura mexeu com o elenco, deixando claro o nível de comprometimento exigido e despertando o grupo para a importância de se dedicar ao máximo em campo.