Desgaste físico, baixa competitividade e elenco remendado foram os termos mais utilizados por Luizinho Lopes para explicar mais uma virada sofrida pelo Paysandu na Série B. Após sair na frente do Novorizontino, fora de casa, o Papão caiu de rendimento na segunda etapa e levou a virada por 3 a 1.
Em entrevista coletiva após a partida, o treinador bicolor afirmou que, embora o time vá ter uma semana cheia de treinos pela primeira vez em quase três meses, os pontos perdidos já estão cobrando seu preço.
O técnico também admitiu que os inúmeros desfalques impactaram diretamente nas decisões durante a partida. Ele revelou que não havia nenhum meio-campista disponível no banco e que isso prejudicou as trocas no segundo tempo.
“Bom, longe de desculpa, falar do impacto real do que se passa no momento. Nós não tínhamos nenhum meio campista no banco, nem volante, nem meia. O Villela sentiu um desgaste no adutor, e aí nós já estávamos construindo com três, defendendo em alguns momentos com linha de cinco. O Villela estava fazendo aquela entrada, então nós colocamos o Luan ali. Nem impacta, porque um jogo de Série B desse nível, contra um time tão competitivo e que tem um elenco tão forte”, declarou Luizinho.
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Força do adversário, segundo o comandante bicolor, dificultou ainda mais a vida do Paysandu.
“Se você olha as trocas do Novorizontino, você percebe que é um elenco extremamente forte. A partir dos 20 minutos do segundo tempo ainda tem muito jogo, e dificulta essa troca de marcha em algumas posições. A gente chegando depois de uma maratona exaustiva, sem ter algumas posições para trocar, você termina ficando com alguns jogadores mais castigados, mais cansados, e aí baixa a competitividade. Isso é natural, jogando contra um time com essa qualidade, com esse nível de competitividade que é muito forte dentro de casa, e você não conseguir fazer algumas trocas em algumas posições, é claro que isso traz um dano e diminui o nível de competitividade.”
ELENCO REMENDADO E SACRIFÍCIOS
Sobre a escolha por escalar atletas ainda sem plenas condições físicas, Luizinho revelou que precisou antecipar retornos e contou que alguns entraram em campo no sacrifício.
“Bom, hoje nós adiantamos o retorno do Borasi e o próprio Quintana, justamente por essa dificuldade de colocar o time mais competitivo dentro de campo possível. O Dudu, na final, no clássico contra o Remo, teve um corte profundo na parte de trás da perna, e veio para o esforço. Treinou, o ponto abria, entrou dentro de campo no final, não sei ainda o que se passou, mas a gente entrou com muitos jogadores se sacrificando, e muitos jogadores que já vêm nessa sequência mais fadigados”, explicou.
SEMANA CHEIA PARA TRABALHAR
O treinador bicolor, que agora aposta todas as suas fichas na semana que antecede o jogo contra o Criciúma, no próximo dia 2 de junho (segunda-feira), também destacou o impacto mental da má fase vivida pela equipe sobre seus jogadores. “Eu acredito que, se abrindo uma semana, tem que ser um tempo suficiente não só para recuperar fisicamente, mas mentalmente. Nosso elenco hoje, depois de perder como nós perdemos, dá uma demonstração de que mentalmente também está muito fadigado. Não tem como ser diferente”, ressaltou.
“Nós fizemos um primeiro tempo, para ser um jogo aqui em Novo Horizonte bom. Poderíamos ter saído vencendo a partir do primeiro tempo, naturalmente, porque nós tivemos muito boas oportunidades. Mas a gente continua pecando muito nas tomadas de decisões para determinar a partida, para fazer gol, e erramos muito também em tomadas de decisões que favorecem o gol do adversário. Esse tem sido um dos acontecimentos recorrentes, hoje, novamente. Mas enfim, o segundo tempo baixou muito a competitividade, a gente não conseguiu fazer algumas trocas em algumas posições para melhorar a energia, e culminou num resultado merecido do Novo Horizonte.”
FOCO NO JOGO CONTRA O CRICIÚMA
Agora, o foco do Paysandu se volta para o confronto contra o Criciúma, no Mangueirão, em Belém. Será o primeiro jogo após um intervalo mais longo na tabela, o que Luizinho considera essencial para recuperar os atletas e tentar retomar a competitividade. “Na verdade, cada jogo para nós tem sido uma decisão, esse foi um jogo muito importante. Nós temos batido na tecla de melhorar o desempenho fora de casa. Hoje tivemos um bom primeiro tempo, o segundo tempo nós caímos demais, isso é verdade. Agora, o tempo vai ser importante, como você falou, para recuperar alguns atletas que estão fora, outros que estão jogando no sacrifício. Nós estamos tendo que acelerar processos, antecipar retornos, e isso não é o ideal para uma competição como a Série B”, justificou o técnico alviceleste, destacando ainda a importância vital do próximo compromisso.
“O Criciúma é uma equipe também forte, mas é dentro da nossa casa, diante do nosso torcedor, e a gente precisa se impor, precisa, mais do que nunca, vencer. Vencer dentro de casa, pontuar fora, para que a gente possa sair dessa situação que é incômoda, e que ela começa a pesar na cabeça dos atletas, e quando pesa na cabeça, começa a pesar nas pernas também. Então esse tempo será fundamental, e nós vamos utilizar da melhor forma possível.”
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