Pela primeira vez na história do Movimento República de Emaús, adolescentes da periferia de Belém participam da etapa estadual da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR). O evento será realizado no dia 28 de agosto, no Instituto Federal do Pará (IFPA), em Belém, e marca um momento inédito para a instituição, que há mais de 50 anos promove inclusão social e formação cidadã de crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade.
Com escassos recursos financeiros e equipamentos reaproveitados — muitos dos quais recondicionados por eles próprios nos cursos de informática do Emaús — quatro adolescentes entre 16 e 17 anos (duas meninas e dois meninos) representarão a instituição na categoria “trânsito”, que exige a construção e programação de robôs capazes de cumprir trajetos complexos. Sob a orientação do professor Reginaldo Nunes, e com apoio de estudantes voluntários do IFPA, os jovens vêm se preparando com dedicação e entusiasmo.
“A emoção é grande. São jovens que nunca tiveram acesso a cursos de tecnologia ou eventos como esse. Hoje, veem outros como eles chegando a espaços onde antes só se via quem tinha muitos recursos. Isso é representatividade. É empoderar a periferia com conhecimento”, afirma o professor Reginaldo.
Educação, tecnologia e solidariedade
O Centro de Inclusão Digital (CID) do Emaús, que atua há 15 anos com cursos de informática básica, avançada e recondicionamento de computadores, já formou mais de 4 mil jovens. Desde 2018, sem repasses governamentais, o projeto se mantém por meio de parcerias, editais e doações da sociedade — especialmente na Grande Coleta de Emaús, que este ano será realizada no dia 29 de junho.
Computadores descartados ganham nova vida pelas mãos dos alunos dos cursos de manutenção e são utilizados nos cursos de formação digital. Parte dos equipamentos recondicionados é também doada a outras instituições sociais, fortalecendo uma rede de solidariedade e inclusão tecnológica.
Tecnologia como porta para o futuro
A participação na OBR é resultado direto do esforço de ampliação de parcerias com instituições como o IFPA, visando proporcionar acesso a novas áreas do conhecimento, incentivar vocações tecnológicas e ampliar os horizontes de jovens das comunidades atendidas.
A expectativa dos educadores é que essa conquista inspire mais adolescentes a se interessarem pela robótica, buscarem o ensino superior e, acima de tudo, acreditem em seu potencial. “A etapa estadual já é uma grande vitória. Mas quem sabe? Que venham a nacional e até mesmo a etapa internacional nos Estados Unidos”, sonha um dos alunos.
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Um dos nossos maiores orgulhos é o Centro de Inclusão Digital que oferece cursos gratuitos de informática básica, avançada e manutenção de computadores. Desde 2010, mais de 4 mil jovens passaram por aqui — muitos deles transformaram sua história com o que aprenderam.
Agora, um novo marco: pela primeira vez, adolescentes atendidos pelo Emaús participarão da Olimpíada Brasileira de Robótica, mesmo utilizando equipamentos recondicionados e com recursos limitados. Um feito que prova que com apoio certo, jovens periféricos podem alcançar qualquer espaço — até a robótica.
Mas ainda temos muito a fazer. Com mais apoio, poderíamos atender até 300 jovens por ano. Precisamos de equipamentos, infraestrutura, materiais e apoio financeiro para continuar esse trabalho e ampliar nosso impacto.
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