Em uma noite de clima tenso no estádio Independência, o empate sem gols entre Atlético-MG e Botafogo, pela 34ª rodada do Brasileirão, acabou ofuscado por uma série de confusões dentro e fora de campo. O jogo, que prometia ser decisivo na reta final do campeonato, foi marcado por discussões acaloradas, expulsões e uma grande confusão nos vestiários, envolvendo jogadores, dirigentes e até seguranças.
O INÍCIO DO TUMULTO
O caos começou nos acréscimos da partida, quando o zagueiro Alexander Barboza, do Botafogo, foi expulso após um lance com Igor Rabello, do Atlético-MG. Irritado, Barboza dirigiu-se à área próxima aos vestiários, onde disparou: “vem aqui”, em tom desafiador, enquanto tentava se aproximar do espaço destinado à equipe mineira.
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A situação continuou a escalar na saída do gramado. O atacante Hulk, do Atlético-MG, se envolveu em uma discussão com Marlon Freitas e apontou uma suposta provocação de Luiz Henrique, atacante do Botafogo, direcionada ao goleiro reserva Matheus Mendes.
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“Vocês querem que a gente abra para vocês jogarem? Está de brincadeira. O jogador de vocês falou assim: ‘vocês são uma merda, dia 30 a gente joga’”, disse Hulk, em tom de indignação, enquanto relatava o ocorrido.
HULK COBRA HUMILDADE DE LUIZ HENRIQUE
Após a partida, Hulk fez questão de comentar o comportamento de Luiz Henrique e destacou a necessidade de humildade no futebol. “Ele [Matheus Mendes] falou que no intervalo do jogo o Luiz Henrique virou para ele e falou: ‘o time de vocês é muito fraco, é uma merda’. Tudo bem, ele falou isso. Beleza, que Deus abençoe ele e que eles possam ganhar alguma coisa porque vamos lutar para ganhar. O Luiz Henrique tem tudo para ser um craque, mas não é ainda. Está fazendo um grande ano, mas acho que é a melhor temporada dele em toda a carreira, não sei quantos gols fez, mas está muito longe de ser craque ainda. É humildade em primeiro lugar, jamais vou falar que um time é uma merda, que um jogador é uma merda porque eu me olho no espelho, sou um atleta e defendo um clube. A partir do momento que eu falo isso, estou faltando de respeito com a instituição e não só com o atleta. Que sirva como aprendizado, ele precisa ralar muito. Tenho mais de 20 anos como profissional e nunca falei que um time é uma merda. Ele tem tudo para ser um craque, mas primeiro ele precisa ser craque como pessoa.”
O camisa 7 do Atlético-MG também aproveitou para lembrar seu próprio histórico de sete anos na seleção brasileira, reforçando que, apesar de sua experiência, nunca deixou de lado a humildade. “Primeiro, ele (Luiz Henrique) tem cinco jogos na Seleção, ele acha que é craque. Ele não ganhou porra nenhuma, ele falou no intervalo do jogo. Eu passei sete anos na Seleção e tenho humildade. Ele tem que correr para caramba”, afirmou o atacante do Galo, frisando que nunca desrespeitaria uma instituição ou atleta com palavras depreciativas.
CONFUSÃO ENTRE SEGURANÇAS
A confusão não ficou restrita aos jogadores. Nos corredores do estádio, membros das delegações de ambos os clubes protagonizaram um tumulto. De acordo com relatos, seguranças do Botafogo se irritaram com câmeras direcionadas para a equipe carioca e começaram uma discussão com um segurança da Arena Independência, resultando em empurrões e mais bate-boca.
O episódio atingiu o ápice quando Luiz Henrique atirou uma garrafa em direção aos seguranças do estádio. A atitude foi flagrada pelo árbitro Luiz Flávio de Oliveira no VAR, que não hesitou em aplicar a expulsão ao jogador.
TENSÃO REFLETE A RETA FINAL DO BRASILEIRÃO
O empate, que permitiu ao Botafogo manter a liderança, embora pressionado por Palmeiras e Flamengo, deixou claro que o clima entre as equipes está cada vez mais acirrado. Em um campeonato equilibrado, onde qualquer ponto é crucial, episódios como esse mostram que as emoções muitas vezes extrapolam as quatro linhas.
Agora, a torcida aguarda os próximos capítulos dessa rivalidade em campo, com os dois clubes ainda lutando por objetivos importantes na temporada.