O primeiro dia da segunda edição da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, no Hangar Convenções & Feiras da Amazônia, iniciada nesta quarta-feira (6), teve falas focadas na importância de uma nova e efetiva mobilização para o combate às mudanças climáticas. A programação vai até esta sexta-feira (8).
O diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, entidade realizadora do evento, fez o discurso de abertura das atividades do dia, no início da tarde, e lembrou que, nesta oportunidade, o setor mineral não está para fazer negócios, mas para buscar soluções para a Amazônia na direção do desenvolvimento sustentável, respeito aos povos originários e habitantes das cidades. E aproveitou a ocasião para anunciar que o Ibram é radicalmente contra o garimpo ilegal.
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“Estamos aqui para construir conjuntamente propostas efetivas para novas economias, porque a Amazônia é uma grande contribuinte nessas novas vocações econômicas. Emergências climáticas nos impactam a todos nós todos os dias. As cheias no Rio Grande do Sul, secas, e eventos mundo afora mostram que o impacto não tem limites. A hora não é só para os pessimismos da razão e sim de alegria e esperança da solidariedade da ação”, anunciou.
Em seguida, houve a palestra principal do dia, com a CEO da European Climate Foundation, Laurence Tubiana, representante especial do governo francês para a COP21, que selou o Acordo de Paris em 2015. Ela iniciou dizendo que a eleição do republicano Donald Trump para um novo mandato presidencial nos Estados Unidos representa um risco ao compromisso dos países voltado a reduzir as emissões de gases de efeito estufa para que o aumento da temperatura do planeta fique abaixo de 1,5 ºC.
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“Haverá consequências e é hora de nos mobilizarmos, estamos mais preparados agora do que em 2017 [ano em que Trump assumiu a presidência pela primeira vez. Vejo a COP30 como uma grande chance de ter esse trabalho conjunto e é o único caminho a seguir. Oportunidade incrível para o Brasil fazer a diferença na discussão da mudança climática”, enfatizou.
Continuando, a ex-ministra do Meio Ambiente (governo Dilma Rousseff) e membro do Conselho Econômico e Social da ONU, Izabella Teixeira foi mediadora de uma segunda programação com Laurence Tubiana, sobre o cenário climático global.
“Hoje o contexto é outro, principalmente pela agressividade do fenômeno climático. O Brasil está exposto e tem responsabilidade adicional de trazer a questão à tona, pelo fato de o próprio país estar em vulnerabilidade gritante, não só a Amazônia. Experimentamos nos últimos anos e neste ano o efeito do pico de 1 grau e meio de aumento de temperatura no planeta. Nossas conversas sempre foram sobre futuro, e na COP30 a conversa é crise climática no presente”, avaliou.
ESTADO
O primeiro painel da Conferência tratou sobre “A nova visão de investimentos” e trouxe temas como transição energética e resiliência global, que foram debatidos pelo vice-presidente do Conselho Diretor do Ibram, Ediney Maia Drummond; pelo ex-ministro da Fazenda (governo Dilma Rousseff), Joaquim Levy; por Isaac Sidney Menezes Ferreira, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), dentre outros.
Já à noite foi realizada a cerimônia oficial de abertura, na presença do governador Helder Barbalho. Encerrando a programação do dia 1, o chefe do Executivo paraense mostrou empolgação ao lembrar que Belém vai sediar, daqui a um ano, a primeira reunião da COP no Brasil. “Ano que vem receberemos a COP30, Belém será a capital mundial do meio ambiente, um marco histórico que passa por investimentos em infraestrutura e melhorias em todas as áreas, e a conquista mais importante: colocamos nossa cidade no mapa das discussões mais relevantes sobre Amazônia e desafios ambientais”, celebrou Helder Barbalho.
O governador lembrou que serão centenas de pessoas de outras realidades vindo até a Amazônia para dialogar com indígenas, quilombolas, povos ancestrais e ribeirinhos, formando uma enorme mesa redonda com acadêmicos, governos, parlamentares empresas e entidades diversas, de múltiplos olhares para criar um novo olhar sobre a Amazônia. “Conservação e mudanças climáticas não são falas da moda. Ou reduzimos as emissões para manter a floresta viva ou será o fim. E será o fim da humanidade, porque a Ciência disse e o homem não quis escutar. Esta Conferência é mais uma oportunidade importante de discutir em altíssimo nível com quem mais entende a Amazônia na Amazonia real, e não a imaginaria, abstrata”, finalizou.
A programação nesta quinta-feira (7), começa às 9h, e prevê a realização de mais de uma dezena de painéis e palestras em cinco diferentes ambientes com convidados que incluem o democrata John Kerry, ex-senador e secretário de estado dos Estados Unidos (governo Barack Obama); o escritor de “Torto Arado”, Itamar Vieira Junior; dentre outros. Mais informações e a programação completa pelo site amazoniaenovaseconomias.com.br.