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sexta-feira, maio 2, 2025
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Entre gelo, sono e força: os bastidores físicos do Paysandu

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No futebol brasileiro, o calendário é implacável. Equipes que seguem vivas em mais de uma competição enfrentam verdadeiras maratonas, muitas vezes com pouco tempo para descanso, recuperação física e preparação adequada.

É o caso do Paysandu, que vive um dos períodos mais intensos da temporada. Após disputar partidas decisivas pelo Campeonato Paraense, Copa do Brasil, Série B e Copa Verde, o Papão quase não tem tempo para respirar.

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Nos próximos dias, o Lobo encara uma sequência desafiadora que inclui jogos pela final do Parazão contra o Remo, mais rodadas da Série B e ainda o jogo de volta pela 3ª fase da Copa do Brasil, fora de casa, contra o Bahia.

A rotina exige equilíbrio entre performance e gestão de elenco, num cenário em que cada jogo vale muito. E o Paysandu tem sentido esse peso em campo: foram nove jogos em apenas um mês, e ainda há pelo menos mais seis programados até o início de junho.

A sequência vem cobrando o preço, pois o Paysandu não sabe o que é vencer há oito partidas, sendo quatro derrotas e quatro empates neste período, com três gols marcados e oito sofridos.

Para entender como o clube tem lidado com esse cenário, o DOL conversou com o preparador físico Renan Lima, que destacou os desafios da comissão técnica, principalmente com os atletas que têm menos minutos em campo.

“O maior desafio que enfrentamos nesta sequência de jogos é manter o condicionamento dos atletas que são suplentes, ou seja, aqueles que jogam pouco ou não jogam (…) Estamos adotando estratégias de complemento com eles para que, quando a oportunidade surgir, possam entregar a melhor performance para ajudar o Paysandu”, destacou.



Sobre o momento ofensivo da equipe, que tem produzido pouco em termos de gols (3 gols em 8 jogos), Renan rebate a ideia de que o problema esteja ligado ao desgaste físico.

“Contra o CRB, tivemos 20 finalizações. É um número muito alto. Mostra que a equipe cria situações pelos dois lados. É um ponto decisivo que está nos faltando. Os atletas estão entregando o máximo”, ressaltou.

A preocupação principal, segundo ele, é com a recuperação entre partidas, e o clube tem apostado em estratégias variadas para isso.

“Oferecemos boa alimentação, crioterapia, controle de hidratação, orientação sobre sono e recuperação. Quando possível, fazemos trabalhos pré-jogo para manter o nível de força. As lesões que estamos tendo são de grau mínimo. Queremos todos em alto nível”, concluiu.



Confira a entrevista completa:

1- Como a comissão técnica está lidando com o desafio de manter o condicionamento físico dos jogadores diante da maratona de jogos em diferentes competições?

“O maior desafio que enfrentamos nesta sequência de jogos é manter o condicionamento dos atletas que são suplentes, ou seja, aqueles que jogam pouco ou não jogam. Então, eles possuem pouca exposição de jogo, que por sua vez acaba condicionando, apesar de ser uma exposição que não temos o controle. Esses atletas que jogam pouco em virtude de viagens e do pouco tempo de recuperação, nos preocupam. Por isso, estamos adotando estratégias de complemento com eles para manterem o nível de força, para que, quando a oportunidade surgir, possam estar entregando a melhor performance para ajudar o Paysandu.”

2- Diante do baixo desempenho ofensivo recente, existe alguma correlação observada entre o desgaste físico dos atacantes e a eficácia nas finalizações?

“A questão da eficácia do nosso poder ofensivo, eu vejo que não tem relação com o desgaste físico. Contra o CRB, tivemos 20 finalizações. É um número muito alto, que nos dá condições de fazer mais gols, que mostra que é uma equipe que cria situações pelos dois lados, tanto em transição ofensiva quanto em organização. Então, é algum ponto decisivo que determina a vitória (…) a gente precisa estar trabalhando mais a questão da incompetência para que isso volte a acontecer. Até quando estávamos com um jogador a menos, tivemos oportunidade para fazer o gol da vitória. É preciso ter tranquilidade, entender os números de uma maneira bem fria, em uma análise bem integrada com todos os departamentos para podermos voltar ao caminho das vitórias quanto antes. Temos total certeza de que os atletas estão entregando o máximo, criando situações de gol.”



3- Quais estratégias estão sendo implementadas para equilibrar a carga de treinos e jogos, visando minimizar o risco de lesões e otimizar a recuperação dos atletas?

“A estratégia para este momento de jogos acumulados é manter um bom nível de recuperação dos atletas. O nosso maior desafio é para eles conseguirem acelerar o processo de recuperação entre as partidas. Sempre após o jogo, oferecemos uma boa fonte de alimentação. Procuramos controlar a hidratação, oferecemos a crioterapia (técnica terapêutica que utiliza o frio) para recuperar quanto antes. Estamos sempre conscientizando sobre eles dormirem bem, terem qualidade de sono, aproveitarem bem o tempo em casa, porque sabemos que isso tudo ajuda no processo de recuperação. Óbvio que quando temos a oportunidade, mantemos o bom nível de força, adotamos a estratégia de fazer esse trabalho no pré-jogo, para podermos conseguir ter os atletas em condições de performar em alto nível nessas partidas, tão importantes e decisivas na temporada. As lesões que estamos tendo são de grau mínimo, onde os atletas estão conseguindo quanto antes. Tentamos dar condições para que o elenco jogue em alto nível. Acreditamos ser este o caminho para conquistar mais títulos e vencer mais jogos.”



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