Nem sempre é a técnica que determina os rumos de uma partida. Às vezes, a chave da virada está na persistência e na força mental de um time que se recusa a aceitar a derrota. Foi esse o espírito que tomou conta do Clube do Remo diante do Operário-PR na noite quente deste domingo (8), no Mangueirão, em um duelo que testou os nervos da torcida azulina e teve o árbitro de vídeo como protagonista.
Após sair atrás no placar com um gol de Rodrigo Rodrigues logo no início do segundo tempo, o Leão Azul encontrou o empate em lance polêmico aos 21 minutos: após cobrança de escanteio, Reynaldo marcou, mas o árbitro inicialmente anulou o gol por toque de braço – decisão revertida após análise do VAR, que validou o gol azulino. A virada veio já nos minutos finais, aos 44, quando Pedro Rocha puxou contra-ataque pelo meio e serviu Sávio, que invadiu a área e finalizou com precisão na saída do goleiro Elias, garantindo a vitória do Leão no Mangueirão. Com o resultado, o Leão Azul subiu uma posição e agora ocupa o quinto lugar na tabela da Série B, com 20 pontos – mesma pontuação do Coritiba, que leva vantagem no número de vitórias (6 contra 5) e fecha o G-4. Já o Operário caiu para a 11ª colocação, permanecendo com 14 pontos.
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PRIMEIRO TEMPO
No futebol, há jogos em que a paciência e a atenção dominam o campo antes que a emoção das jogadas decisivas tome conta. Foi assim na primeira etapa do confronto entre Remo e Operário-PR, quando o ritmo cadenciado evidenciou o equilíbrio e a cautela dos times, que tentaram entender e explorar as fraquezas um do outro sem abrir mão da solidez defensiva.
Nos primeiros minutos, ambos os times buscavam se posicionar melhor e sondar o adversário, mas sem oferecer grandes riscos ao gol. Aos quatro minutos, o Remo apostou na velocidade de Pedro Rocha pela esquerda, porém a zaga rival bloqueou a investida. Em seguida, Neto Paraíba tentou um chute de fora da área aos seis minutos, mas a finalização passou longe do gol.
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POUCAS OPORTUNIDADES
Com o passar do tempo, aos poucos, a partida foi deixando de lado esse ritmo estudado. Aos nove minutos, Adaílton assustou com um cruzamento pela direita, e no rebote Pedro Rocha tentou o chute, mas a defesa chegou a tempo de travar a tentativa. Aos 12 minutos, o Remo teve a chance de cobrar uma falta próxima à área após Pedro Castro ser parado com falta, porém não conseguiu aproveitar.
Aos 17 minutos, um erro na saída de bola do Remo deixou Marcos Paulo com espaço para cabecear, mas o goleiro Marcelo Rangel fez a primeira grande defesa do jogo. Boschilia também arriscou de longe aos 20 minutos, porém o chute foi facilmente defendido.
FALTAS DURAS
O jogo teve algumas faltas duras, como a de Joseph aos 22 minutos, que recebeu cartão amarelo por parar Luan Martins, que quase marcou aos 24 com um cabeceio para fora. A defesa do Remo seguiu firme, com Marcelo Rangel protagonizando outra defesa espetacular aos 27 minutos, ao impedir finalização de Neto Paraíba após erro na saída de bola rival.
Aos 29 minutos, Boschilia recebeu cartão amarelo por reclamação, e as tentativas de Marcelinho e Adaílton para finalizar não foram eficazes. No fim da primeira etapa, tanto Janderson quanto Adaílton tentaram chutes que passaram longe do gol. O goleiro Elias chegou a precisar de atendimento médico, mas permaneceu em campo.
Nos minutos finais, Sávio tentou uma cobrança de falta direta aos 41 minutos, mas a bola foi alta demais. Aos 43 minutos, o zagueiro Cristiano fez um corte rápido e preciso em um lance perigoso. No último lance do primeiro tempo, Rodrigo finalizou de forma perigosa, mas Marcelo Rangel garantiu a segurança do Remo com uma defesa de pés, preservando o placar para o intervalo.
SEGUNDO TEMPO
O jogo se complicou logo no início do segundo tempo, quando, aos três minutos, Rodrigo Rodrigues recebeu na entrada da área e soltou um foguete no canto direito de Marcelo Rangel. O goleiro azulino até tentou, mas não conseguiu evitar que o Operário abrisse o placar. Animado pelo gol, o time visitante quase ampliou dois minutos depois, em chute de longa distância de Cristiano que passou muito perto da trave.
O Remo buscava reagir e chegou a balançar as redes com Janderson após belo passe de Luan Martins, mas o lance foi invalidado por impedimento assinalado pelo assistente. Com a necessidade de oxigenar o time, o técnico azulino promoveu as entradas de Matheus Davó e Régis, substituindo Janderson e Pedro Castro. Pouco depois, o Operário também mexeu no elenco e viu Klaus levar cartão amarelo por falta dura.
REAÇÃO AZULINA
Aos 15, o Remo ensaiou a reação: Régis cruzou com precisão e Davó cabeceou com força, obrigando Elias a fazer grande defesa. A pressão aumentava, e a torcida pedia o empate. Ele veio — ou quase. Aos 21 minutos, Reinaldo mandou para o gol após cobrança de escanteio, mas o árbitro anulou alegando toque de braço. Os jogadores do Remo protestaram com veemência e, só depois de muita insistência, o juiz aceitou consultar o VAR.
Após longa análise das imagens, o árbitro voltou atrás e confirmou o gol azulino: 1 a 1 no Mangueirão. O empate acendeu o time da casa e fez com que o Operário fizesse mais uma substituição, trocando Joseph por Nilson. O Leão Azul seguiu tentando. Aos 34 minutos, Régis invadiu a área com perigo após passe de Pedro Rocha, mas a zaga adversária salvou no momento exato.
VIRADA NA RETA FINAL
O destino, no entanto, ainda reservava um capítulo final para a torcida azulina celebrar. Aos 44 minutos, o contra-ataque encaixou. Pedro Rocha achou Sávio com um passe açucarado, e o atacante não perdoou: Leão 2 a 1.
Foi o gol da virada, da explosão no Mangueirão e da reafirmação da alma azulina. O Leão ainda desperdiou uma chance de fazer o terceiro nos acréscimos, mas o resultado foi o suficiente para provar que, com garra, VAR e Sávio inspirado, é possível reescrever qualquer roteiro.
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