O Memorial dos Povos, na avenida José Malcher, recebeu ontem (27) a edição do encontro de brechós “Bora Garimpar Belém”. O evento itinerante pretende contribuir para o fomento do empreendedorismo local e promover a moda circular na capital paraense. Mais de cinco mil peças de brechós digitais estiveram em exposição para o público.
Existente desde 2023, o encontro ressalta a importância do consumo consciente do vestuário. A iniciativa surgiu por meio da advogada especialista em sustentabilidade Ana Gibson, 38. Atualmente, 98% das pessoas que expõem as peças no evento são mulheres. “É importante frisar que desde 2024 a moda virou cultura dentro da nossa Constituição Federal Brasileira. Por isso, fazemos questão de ressaltar o movimento da moda circular”.
Há 10 anos atuando com brechós, Gibson explica que o evento é itinerante pois é realizado em diferentes locais para que mais pessoas tenham acesso às peças garimpadas e desenvolvam um pertencimento com a moda circular em Belém. Para a advogada, as discussões sobre o assunto são muito importantes para promover a pauta da sustentabilidade e reduzir o consumo de roupas novas para reutilizar as peças em bom estado.
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“Aproveitando o momento da COP30 em Belém, além de fomentar um empreendedorismo feminino, o brechó também faz com que a pessoa crie uma consciência de reaproveitar aquilo que já existe, porque a moda sustentável é aquela que já existe. Você não precisa incentivar o consumo de peças novas. Somos a Amazônia. Nós temos que começar a ter um novo pensamento sobre a forma de consumir. Então, é importantíssimo fomentar hoje essa moda”.
Diretor de arte e proprietário do “Desbazar”, Emanuel Louchard, 33, comercializa roupas voltadas para o público masculino desde janeiro passado. A loja virtual dele é uma forma de complementar a renda por meio do incentivo da moda sustentável e circular. Louchard explica que ainda são poucos os brechós voltados exclusivamente para peças masculinas.
“Eu percebi essa lacuna e decidi criar a loja. Além disso, precisamos entender que a moda circular devolve para a sociedade peças muito boas para uso. Isso é consumo consciente”.
A monitora escolar Fernanda Franco, 34, atua há seis anos com moda circular. Proprietária da loja “Brechó Catarina”, Franco comercializa peças femininas pela internet. Antes de investir no negócio, ela também era consumidora de brechós e nos encontros de expositores, Franco sente-se em família. “O tema da moda circular está em evidência, sendo um assunto muito visado pelos clientes. As peças têm um custo benefício excelente”.
A assistente administrativa Adriana Baia, 52, é “brechozeira”, como ela mesma diz. Baía comenta que a moda circular é uma importante fonte de renda. Também afirma que discutir sobre moda sustentável é muito necessário. “Eu costumo praticar o desapego. Já fui expositora de brechó e sei da importância deste serviço. Sempre venho procurar peças, que são excelentes, com preços bem em conta”.
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Com sacolas em mãos e compras garantidas, a psicóloga Sabrina Farias, 34, sempre que pode visita brechós para a aquisição das peças. A justificativa é que são encontrados preços melhores e roupas em excelente estado. Outro ponto de vista da psicóloga sobre o consumo da moda sustentável é a preocupação com o meio ambiente. “Pensar a moda sustentável é um movimento de resistência que nos faz ressignificar a roupa que vestimos e compramos”.