Teve início ontem (29) a 4ª Conferência Internacional South America Water from Space 2024, que está sendo realizada em Belém, cidade que sediará a COP 30 em 2025. O objetivo do evento é apresentar os mais recentes avanços científicos na área de hidrologia espacial e fomentar o monitoramento dos recursos hídricos e ambientais a partir de observações espaciais.
Durante esta semana, especialistas em sensoriamento remoto de países como Brasil, França, Estados Unidos e África do Sul reunirão esforços para debater os progressos no uso de satélites para monitorar rios, além de enfatizar a importância das tecnologias para aprimorar a gestão de recursos hídricos. A conferência ocorre no Centro de Eventos Benedito Nunes, da Universidade Federal do Pará (UFPA), e pode ser acompanhada pelo canal TV SGB no YouTube.
Durante a abertura do evento, Alice Castilho, diretora de Hidrologia e Gestão Territorial do Serviço Geológico do Brasil (SGB), destacou a relevância da iniciativa. “Estamos localizados na bacia amazônica, que abriga diversos rios, e o Brasil é considerado o país com a maior riqueza em recursos naturais e subterrâneos em todo o mundo. Contudo, a logística para operações de monitoramento na Amazônia é bastante desafiadora”, disse.
“Portanto, a implementação dessa técnica de mensuração contribuirá significativamente para aprofundar o conhecimento hidrológico na região, que, nos últimos anos, tem enfrentado eventos extremos de cheias e secas severas. Além disso, Belém será palco da COP 30 no próximo ano, e toda essa discussão sobre o mundo sistemático será abordada na campanha”, afirmou.
Ela comentou que o evento abordará o sensoriamento remoto no contexto da hidrologia. “Estamos na quarta edição, e este evento ocorre a cada dois anos. No sensoriamento remoto, empregamos técnicas de observação à distância, que podem ser realizadas via satélite, aeronaves ou drones, para monitorar diversas variáveis hidrológicas. Que variáveis são essas? Incluem chuva, nível dos rios, invasão fluvial, volume de sedimentos e a qualidade da água nos rios, além da evapotranspiração e do armazenamento de água no solo”, detalhou.
No mesmo dia, os pesquisadores Andrea Germano, chefe do Departamento de Hidrologia do SGB, e Daniel Moreira, engenheiro Cartógrafo do Serviço Geológico do Brasil compartilharam os resultados do sensoriamento remoto aplicados no Brasil e na Amazônia.
TECNOLOGIA
“Discutimos a utilização dessa tecnologia para monitorar a severa seca que afetou a região do Rio Amazonas no ano passado, apresentando insights e perspectivas sobre a detecção da seca que está ocorrendo atualmente, a qual já está se dissipando na Amazônia, evidenciando todo o potencial destas tecnologias para fornecer dados gratuitos de agências espaciais que auxiliam na melhoria desse monitoramento”, explicou.
Ele declarou que as expectativas para o evento são altas, especialmente por trazer essa temática para o ambiente universitário. “O público demonstra grande interesse, especialmente neste aspecto, pois se trata de uma conferência voltada para mostrar o avanço da tecnologia e como essa inovação pode nos ajudar a resolver questões, como desafios na hidrologia e problemas ambientais. Portanto, acredito que é uma excelente oportunidade. É uma chance significativa para todos, especialmente porque se trata de uma atividade de pesquisa, e a conexão com a universidade é essencial. Temos vários estudantes de graduação, mestrado e doutorado aqui, então é uma oportunidade para eles adquirirem conhecimentos, e alguns deles também terão a chance de apresentar seus trabalhos”, concluiu.
Serviço
- Conferência Internacional South America Water from Space 2024
- Data: 29 de outubro a 2 de novembro
- Local: Centro de Eventos Benedito Nunes na Universidade Federal do Pará (UFPA)
- Transmissão: TV SGB, no Youtube
- Inscrição: https://hydrology fromspace.org/
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