Há exatos 31 anos, no dia 1º de maio de 1994, o Brasil chorava uma perda que extrapolava o esporte. Na manhã daquele domingo, o mundo assistiu ao grave acidente que tirou a vida de Ayrton Senna, durante o Grande Prêmio de San Marino, no circuito de Ímola, na Itália. O impacto do carro da Williams contra a barreira de concreto na curva Tamburello, a mais de 300 km/h, paralisou o país e deixou uma marca eterna no imaginário nacional.
A confirmação da morte veio horas depois, às 13h05 pelo horário de Brasília, quando os principais meios de comunicação interromperam suas programações para informar o falecimento do tricampeão mundial de Fórmula 1. O então presidente Itamar Franco decretou luto oficial de três dias. Líderes de nações como França, Japão, Estados Unidos, Argentina, Portugal e Itália enviaram mensagens de pesar. A perda ia além de um ídolo das pistas: era a despedida de um herói nacional.
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O funeral, realizado no dia 4 de maio, teve honras de chefe de Estado. O corpo de Senna foi trazido ao Brasil pela extinta companhia aérea Varig e, desde o desembarque até o sepultamento no Cemitério do Morumbi, em São Paulo, foi acompanhado por uma multidão comovida. A Assembleia Legislativa do Estado recebeu cerca de 200 mil pessoas no velório público. Estima-se que mais de dois milhões de pessoas tenham participado das homenagens, entre o cortejo, a cerimônia e o sepultamento. Foi um adeus coletivo, digno de um homem que personificava o orgulho de ser brasileiro.
O caixão foi carregado por nomes que simbolizavam diferentes fases de sua trajetória: Gerhard Berger, Emerson Fittipaldi, Damon Hill, Alain Prost e Rubens Barrichello. A cena do cortejo final, com a comoção do povo nas ruas e o silêncio respeitoso da multidão, permanece viva na memória de quem acompanhou aquele momento histórico.
A Trajetória de Ayrton Senna
Nascido em São Paulo, no dia 21 de março de 1960, Ayrton Senna iniciou sua carreira no kart em 1973. De lá, ascendeu por categorias como a Fórmula Ford e a Fórmula 3 britânica, até chegar à Fórmula 1 em 1984. Correu por Toleman-Hart, Lotus, McLaren e Williams. Foi com a McLaren que conquistou seus três títulos mundiais: em 1988, 1990 e 1991. No total, foram 162 GPs, 41 vitórias, 80 pódios e 65 pole positions. A primeira vitória veio no GP de Portugal, em 1985; a última, na Austrália, em 1993.
Legado e Memória
Trinta e um anos depois, a memória de Ayrton Senna permanece intocável. Seu túmulo, no jazigo 11, quadra 15, setor 7 do Cemitério do Morumbi, continua a receber flores, bandeiras e orações. Seu legado segue inspirando novas gerações, não apenas de pilotos, mas de brasileiros que veem em sua história um exemplo de excelência, coragem e dignidade.