25 C
Belém
quinta-feira, maio 22, 2025
Descrição da imagem

Advogado é preso por tentativa de extorsão no Pará

Date:

Descrição da imagem

Investigações conduzidas pela Divisão de Repressão à Corrupção e ao Desvio de Recursos Públicos revelaram que um advogado teria se aproveitado da posição privilegiada de seu pai, motorista da desembargadora Gleide Pereira de Moura, para movimentar um esquema de influência de decisões judiciais.

A Polícia Civil do Pará efetuou na última segunda-feira (19) a prisão do advogado Gabriel Lucas Costa Gonçalves, acusado de tentar extorquir R$ 40 mil no dito esquema. O caso provocou grande repercussão nos meios jurídicos paraenses e envolve o gabinete de uma desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado.

Leia também

O juiz Heyder Ferreira Tavares, da Vara de Inquéritos, autorizou a prisão preventiva do suspeito e as autoridades também cumpriram mandados de busca e apreensão na residência de Gabriel e de seu pai, Sidney César de Souza Gonçalves. Apesar do pedido de prisão para Sidney, o magistrado não acatou esta solicitação.

Quer receber mais notícias do Pará e do mundo? Acesse o canal do DOL no WhatsApp!

Extorsão de R$ 40 mil disfarçada como “ração”

O esquema veio à tona quando Gabriel exigiu R$ 40 mil de um advogado que representava uma das partes em um processo entre as empresas Prime Engenharia Ltda e Círculo Engenharia Ltda, em tramitação no gabinete da desembargadora Gleide Moura.

Em mensagem enviada ao advogado de uma das empresas, Gabriel utilizou linguagem cifrada e se referiu ao valor como “40 quilos de ração”, com a pergunta: “Vê se o seu cliente consegue”. A abordagem levou o advogado a procurar as autoridades e denunciar a tentativa de extorsão.

Após uma suposta recusa em pagar o valor exigido, a sentença resultou desfavorável a uma das empresas envolvidas. Este fato motivou o advogado prejudicado a procurar diretamente a desembargadora Gleide Moura, que afirmou desconhecer o esquema e garantiu que nem ela nem seu gabinete praticam condutas criminosas.

Acesso ilegal a informações sigilosas de processos judiciais

O relatório policial, assinado pelos delegados Tainan Melo Carqueija Monteiro, Vinnicius Ariel Lobo Oliveira e Luiza Gomes, apontou para um esquema criminoso que se beneficiou do acesso a informações privilegiadas de processos judiciais. Os criminosos obtiveram estas informações por conta da posição de Sidney como assistente da desembargadora.

Na decisão judicial, o juiz Heyder Ferreira destacou: “A medida [prisão preventiva] mostra-se necessária, adequada e proporcional, diante da gravidade concreta da conduta apurada, do risco de interferência na investigação em curso e da possibilidade de continuação do suposto esquema criminoso”.

Fragilidades expostas no sistema judicial paraense

A investigação não encontrou indícios de envolvimento da desembargadora Gleide Moura no esquema. Os indícios apontam que Gabriel e seu pai se aproveitaram da proximidade com a magistrada para acessar informações sensíveis e obter lucro ilícito, o que configurou traição à confiança depositada em suas funções.

Compartilhe

Descrição da imagem

Mais Acessadas

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Descrição da imagem