Faltam exatos 200 dias para o início da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, marcada para acontecer entre 10 e 21 de novembro de 2025, em Belém do Pará. Mais do que um número simbólico, essa marca representa um ponto de virada: o tempo está correndo — e o mundo precisa acelerar.
A COP30 será histórica por vários motivos. Será a primeira vez que o maior evento climático do planeta acontece na Amazônia, bioma fundamental para o equilíbrio climático global e símbolo das contradições entre preservação e desenvolvimento. Também marca a reta final para a implementação dos compromissos do Acordo de Paris, com 2030 batendo à porta.
Brasil no centro do palco
Como anfitrião, o Brasil tem um papel estratégico — e uma responsabilidade proporcional. O país se comprometeu a zerar o desmatamento ilegal até 2028 e a reduzir suas emissões em 53% até 2030. Mas os resultados ainda são mistos: enquanto houve queda no desmatamento na Amazônia, outras regiões como o Cerrado registraram aumentos preocupantes.
“A COP em Belém não pode ser apenas simbólica. O Brasil precisa chegar com resultados concretos, mostrando que está levando seus compromissos a sério”, afirma Ana Carolina Szklo, diretora de engajamento da Rede Brasil do Pacto Global da ONU.
Desafios até novembro
A corrida agora é contra o tempo — e contra a omissão. Os principais pontos de atenção incluem:
•Redução consistente do desmatamento, com foco especial no Cerrado
•Aceleração da transição energética, com incentivos à energia limpa e fim dos subsídios aos combustíveis fósseis
•Engajamento do setor privado, com metas claras e mensuráveis
•Financiamento climático, especialmente para países e comunidades mais vulneráveis
•Preparação logística e política para garantir que a COP em Belém seja efetiva, inclusiva e segura
Amazônia como protagonista
O fato de a COP acontecer em Belém traz um simbolismo potente — e uma oportunidade única para a região mostrar sua relevância além dos discursos. Governos, universidades, movimentos indígenas e organizações da sociedade civil já se mobilizam.
Por Ronald Sales
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