O ritmo é familiar, a batida contagiante, o nome remete diretamente ao Brasil – mas, curiosamente, poucos brasileiros sequer ouviram falar dessa música. Em 2014, enquanto o país vivia a euforia da Copa do Mundo dentro de casa, uma canção dançante chamada “Samba do Brasil” se espalhava por festas e transmissões televisivas mundo afora. Produzida na Europa, a faixa se tornou um símbolo da atmosfera festiva brasileira para os estrangeiros. Por aqui, no entanto, ela passou completamente despercebida.
A responsável pelo hit é a Bellini, uma banda feminina alemã formada por modelos e dançarinas que já havia conquistado sucesso internacional em 1997 com “Samba de Janeiro”. O grupo, que leva o nome do lendário zagueiro e capitão da Seleção Brasileira na Copa de 1958, Bellini, contou com a participação de algumas vocalistas brasileiras ao longo do tempo, mas sua formação é predominantemente estrangeira.
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Assim como o single anterior, “Samba do Brasil” segue uma fórmula certeira: batidas inspiradas no samba carioca, coros femininos fáceis de cantar e uma estética que remete ao carnaval. Só que, ao contrário do que o nome poderia sugerir, tudo foi criado em estúdios europeus. O resultado é uma mistura entre samba e eurodance que embalou torcidas na Alemanha, festas na França, comerciais na Polônia e até a trilha sonora de jogos no Japão.
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Mas, no Brasil, o sucesso não se repetiu. A música não tocou nas rádios, não teve clipe exibido em canais populares e sequer chamou atenção da crítica especializada. “Samba do Brasil” virou um símbolo do país – mas apenas no imaginário internacional.
Hoje, mais de uma década depois, a faixa ainda sobrevive em playlists temáticas e arquibancadas estrangeiras como uma espécie de representação sonora do Brasil. Só que, por aqui, segue sendo um completo desconhecido. Um caso curioso de “exportação cultural invertida”, onde o mundo inteiro consome um produto supostamente brasileiro que nem os próprios brasileiros conhecem.
