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terça-feira, janeiro 7, 2025
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Pertencimento e identidade: historiadora defende o nome “castanha-do-pará” 

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No último sábado (04), uma polêmica ganhou as redes sociais sobre a nomenclatura da castanha nativa da região Amazônica, após o ator manauara Adanilo, intérprete do personagem Sidney na novela “Volta por cima”, usar o substantivo “castanha da Amazônia” durante participação no programa “É de casa”, da TV Globo.

Na ocasião, alguns artistas se pronunciaram a respeito, gerando um burburinho entre os internautas. A ex-BBB Alane Dias, de 25 anos, foi alvo de críticas após defender o uso do termo “castanha-do-pará”.

“É ‘castanha-do-Pará’. Às vezes, o óbvio precisa ser dito. Não é ‘castanha-do-Brasil’ nem ‘castanha-da-Amazônia’. É simples: P – A – R – Á”, afirmou ela, na ocasião.

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A castanha em questão é a semente da castanheira Bertholletia excelsa. Uma árvore típica de florestas virgens, como a Floresta Amazônica, e uma das maiores árvores da região, chegando a atingir entre 30 e 45 metros de altura.


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Embora a castanha tenha um nome tipicamente brasileiro, sendo chamada no exterior de “Brazil nut”, seu maior exportador mundial é a Bolívia, respondendo por cerca de 50% de toda a produção. O Brasil é o segundo maior produtor, o qual responde por aproximadamente 40% da produção mundial.

Mas, afinal, de onde é a castanha?

Formada em licenciatura plena e Bacharelado em História pela Universidade Federal do Pará (UFPA), a historiadora de alimentação Sidiana Macêdo, especialista em História da Alimentação Paraense e da Amazônia, explica que a Castanha-do-Pará é tradicionalmente e historicamente conhecida por esse nome desde os primeiros relatos sobre esse tipo de castanha, sendo inclusive exportada com essa denominação desde o século XVIII.


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“Segundo o viajante Kidder, quando de viagem pelo Pará, no século XIX, a castanha do Pará era verdadeiramente deliciosa. Em minha dissertação de mestrado, em que analiso vários dos produtos de abastecimento e exportação do Pará, a castanha aparecia como um dos mais importantes produtos alimentares de origem extrativista, no tocante ao consumo local” disse.

Sidiana, porém, afirma que é importante e fundamental dizer que esse tipo de castanha não era encontrado apenas no Pará. Segundo Raimundo Morais, escritor do livro “O meu dicionário de cousas da Amazônia”, haviam “exemplares isolados, medra aos grupos, socialmente, na bacia do Amazonas, Tocantins, seus afluentes e confluentes”.


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“Nas minha pesquisas foi possível mapear os seguintes locais que exportaram a castanha no ano de 1858, no século XIX: Manaus, Serpa e Fonte Boa da Província do Amazonas e Óbidos, Santarém e Gurupá da Província do Pará. Naquele ano, estas localidades que pertenciam as Províncias do Amazonas e do Pará enviaram a quantia de 1.736 alqueires de castanhas para exportação, uma quantidade alta se formos comparar com outros produtos e para o período de um ano apenas” afirmou Sidiana. Apesar disso, a professora defende o uso do nome “castanha-do-pará”.

“Para além da nomenclatura que foi historicamente construída, existe o sentimento de pertencimento e identidade do paraense com este alimento. Pelo Pará ser um dos portos mais importantes da região Norte até o seculo XIX, a castanha passou a ser conhecida pelo porto de onde saía: o porto do Pará. Também é importante dizer que hoje a castanha do Pará é mais do que um produto, ela é parte identitária da cultura alimentar do paraense”, concluiu.

Atualmente, de acordo com um relatório publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o maior estado produtor de castanha-do-pará é o estado do Amazonas. Em segundo lugar, aparece o Acre. E em terceiro lugar no ranking está o Pará.

Benefícios da Castanha do Pará

A castanha-do-pará é uma das principais fontes de Selênio, mineral fundamental para o bom funcionamento do sistema nervoso central, prevenindo o surgimento de doenças como Alzheimer.

Também se encontra as vitaminas A e E, que atuam na produção de colágeno e na saúde dos olhos. Os minerais presentes nesta oleaginosa, o Zinco e o Selênio, também têm papel importante para o bom funcionamento da Tireoide, responsável pela produção de hormônios muito importantes para o corpo humano.


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Outro benefício encontrado na castanha-do-pará é a contribuição na prevenção do câncer, pois tem propriedades antioxidantes, capazes de neutralizar os radicais livres.

A oleaginosa também ajuda a reduzir os níveis de triglicerídeos, controlando a pressão arterial e o colesterol ruim.

Com riquíssimo poder nutricional, a castanha-do-pará é muito conhecida por seus inúmeros benefícios para a saúde, além de ser base para uma infinidade de pratos e receitas.

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