Aos 23 anos, a atriz paraense Beatriz Cohen vive um dos momentos mais marcantes de sua carreira: sua estreia no cinema com o longa-metragem Sedução, dirigido por Marcos Palmeira e seu pai, Zelito Viana. A produção, gravada no Pará, traz nomes de peso como Dira Paes, Camila Morgado e Mell Muzzillo, e coloca Beatriz ao lado de grandes referências das artes cênicas brasileiras.
“É uma grande honra fazer parte, já que carrego comigo o sangue e as raízes paraenses”, diz Beatriz. “Estrear nos cinemas em um trabalho onde o Norte é valorizado e mostrado para o mundo, não tem preço”, completa. Em uma publicação nas redes sociais, ela definiu o sentimento com simplicidade e emoção: “Que honra fazer isso ao lado de grandes gênios”.
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Uma trajetória construída sobre os palcos e nos palcos
A paixão pelas artes começou cedo. “Eu faço teatro desde os meus 12 anos, iniciei no Teatro Ribalta, na Terra Firme, com os mestres Otávio Freire, Eli Chaves e Adelson Gonzaga. Foi onde aprendi grande parte do que sei”, conta. Por lá, participou de inúmeras peças e festivais, como o tradicional “36 horas de teatro”. Aos 16 anos, passou a investir em formações voltadas ao audiovisual, incluindo o curso de preparação de Erika Slama e workshops com nomes como Eduardo Milewicz.
Em 2022, gravou seu primeiro comercial e, no mesmo ano, concluiu um curso livre de cinema. Desde julho de 2024, integra a Casa de Artes Tiago de Pinho, onde segue estudando e atuando em espetáculos teatrais.
Corpo em movimento, palco em expansão
Beatriz também traz uma sólida formação em dança, iniciada aos nove anos. “Dançava jazz, clássico, contemporâneo, moderno, urbano, carimbó… também fiz nado sincronizado, dança do ventre e dança rítmica.” Participou de competições importantes e colecionou prêmios junto ao Studio Corpo em Movimento, como o 1º lugar no Dança Pará por cinco anos consecutivos (2011 a 2015), além de conquistas no FIDA e no FENDAFOR.
Bilinguismo e olhar internacional
Em 2023, Beatriz foi aprovada no DELE — Diploma de Espanhol como Língua Estrangeira, com nível B2, tornando-se bilíngue. A conquista é mais um passo na ampliação de horizontes da jovem artista, que enxerga a atuação como uma ponte entre culturas.
Um filme que retorna às origens
O longa Sedução acompanha a trajetória de Paulo, um ator famoso e egocêntrico que precisa retornar ao Norte do Brasil após a morte do pai. A viagem desencadeia um reencontro com suas origens e uma profunda transformação interior. Com um elenco diverso e potente, o filme promete ser uma das grandes produções brasileiras do ano, tanto pela qualidade artística quanto pela valorização da cultura amazônica.
Para Beatriz Cohen, fazer parte desse projeto tem um peso simbólico e afetivo. “É uma estreia que leva comigo a minha história, o meu chão. É o começo de um sonho que sempre tive: contar histórias que nascem onde eu nasci.”