O Ministério da Saúde do Brasil, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), promoveu na última terça-feira (18) uma reunião estratégica para planejar ações voltadas à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30). O evento global será realizado em Belém, em novembro deste ano. O encontro, que se estendeu até quarta-feira (19), contou com apoio da Fundação Rockefeller e reuniu especialistas nacionais e internacionais para embasar a formulação de um Plano de Ação sobre Clima e Saúde.
A COP 30 receberá milhares de participantes, incluindo chefes de Estado, delegações internacionais e especialistas em meio ambiente. Segundo Cristian Morales, representante da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, é essencial integrar a saúde ao debate sobre mudanças climáticas e equidade. “Os eventos climáticos extremos aumentam doenças relacionadas ao calor, impactam a saúde materno-infantil e expandem a incidência de doenças infecciosas, como dengue e outras arboviroses, para regiões anteriormente não afetadas”, destacou.
Morales também enfatizou que as populações mais vulneráveis são as mais impactadas pelas mudanças climáticas, embora sejam as que menos contribuem para o problema.
A reunião marcou o primeiro passo para a elaboração do Plano de Ação sobre Clima e Saúde no âmbito da COP 30, com foco na adaptação do setor de saúde às mudanças climáticas. O plano prioriza a equidade e busca fortalecer a resiliência dos serviços de saúde em situações de emergência climática.
A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Agnes Soares da Silva, reforçou a importância de preparar o setor de saúde para os desafios climáticos. “Precisamos garantir que esta seja uma COP focada nas pessoas, impulsionando ações coletivas para mitigar os impactos”, afirmou.
O chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais do Ministério da Saúde, embaixador Alexandre Pena Ghisleni, destacou a necessidade de um plano robusto, apoiado por uma ampla coalizão internacional. “Estamos convidando a comunidade global a unir esforços para avançar em medidas que farão diferença para o futuro do planeta”, pontuou.
Impactos das mudanças climáticas na saúde
A OMS estima que, entre 2030 e 2050, as mudanças climáticas causarão mais de 250 mil mortes anuais. Os impactos econômicos também serão expressivos, aprofundando desigualdades. O Banco Mundial projeta que até 130 milhões de pessoas poderão cair na pobreza até 2030, e até um bilhão de indivíduos poderão ser deslocados até 2050 devido a esses impactos.
A América Latina está entre as regiões mais vulneráveis, com 106 milhões de pessoas sem acesso adequado a saneamento, resultando em 30 mil mortes evitáveis anualmente.
A reunião também incluiu uma avaliação preliminar das lacunas de evidências em políticas de adaptação para reduzir os impactos das mudanças climáticas na saúde, além de discutir desafios de financiamento e propostas para avançar nessa agenda global.
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