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quinta-feira, janeiro 2, 2025
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Concertação pela Amazônia convida 12 artistas da região para criar obras inéditas que dialogam com temas centrais para o território

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Em busca de se aproximar cada vez mais da região e contribuir para a construção de um diálogo de saberes, a iniciativa Uma Concertação pela Amazônia traz em sua nova publicação, “Propostas para as Amazônias (parte 2)”, obras inéditas de 12 artistas locais, convidados a participar por meio de uma produção autoral das temáticas que dão corpo ao documento. A Concertação é uma rede de indivíduos, empresas e organizações voltada para o desenvolvimento do território da Amazônia Legal e à promoção da qualidade de vida dos seus habitantes.

Os artistas apresentam perspectivas autorais das diferentes realidades regionais em diálogo com cada um dos temas da publicação. As obras abordam questões da agenda amazônica de desenvolvimento que vão de bioeconomia à energia, passando por sistemas agroalimentares, cidades e ordenamento territorial e regularização fundiária.



A cultura é entendida como um elemento transversal ao conhecimento, sendo sua compreensão essencial para conectar o técnico ao sensível. Hadna Abreu, artista visual manauara que faz parte da publicação, considera que a cultura permite alinhar desenvolvimento econômico, preservação ambiental e fortalecimento de identidades na Amazônia. “Um exemplo é o artesanato tradicional, como o uso do caroço de açaí em biojoias, que une empreendedorismo, conservação da biodiversidade e valorização das raízes culturais”, diz.

Em sua obra “Memórias de um Caroço”, ela revisita conexões pessoais e recordações de infância, como a lembrança do avô, um dos pioneiros no cultivo do açaí em Manaus. “A partir desse vínculo, percebi como o açaizeiro, seu fruto e até os caroços simbolizam as histórias e tradições que moldaram minha vivência. O título [da obra] reflete essa relação íntima, onde o caroço é uma metáfora para as sementes que brotam na família e na cultura”, conta.



Além da peça que discute a cultura enquanto temática, Hadna assina também as ilustrações de fungos que aparecem ao longo da publicação. Assim como na primeira edição, lançada em 2023, as comunidades fúngicas representam a continuidade e interdependência das relações entre pessoas, tempo e espaço que ocupam.

Fernanda Rennó, responsável pela frente de Cultura da Concertação, aponta a relevância dessa perspectiva integradora ainda mais ampla. “Nós trouxemos seis novos temas estruturantes para essa edição, que foram identificados e aprofundados por meio de uma abordagem que une o conhecimento técnico de pesquisadores com a sensibilidade e criatividade de quem está presente nas diferentes Amazônias”. Georgia Jordão, responsável pela frente de Conhecimento, reforça que esse processo fez emergir um espaço de inovação e aprendizado mútuo. “Esse fluxo não apenas valoriza o diálogo de saberes e diferentes visões de mundo e de Amazônias, mas também reforça a necessidade de co-construir convergências e iniciativas estruturantes mais adequadas às expectativas individuais e coletivas”, pontua.

O próprio convite aos 12 artistas buscou promover a pluralidade de olhares sobre as questões abordadas, considerando nomes que vêm de diferentes locais da Amazônia. Natural de Ourém, no interior do Pará, o multiartista Bonikta (Caio Aguiar) assina a peça “Nossa saúde está nas águas”, na qual reflete sobre o curso das águas enquanto meio de vida e de acesso à saúde pública. “A obra dialoga principalmente com a complexidade da nossa região, das múltiplas realidades amazônicas que vivemos, dos diversos contextos urbanos e rurais atravessados por águas”, pontua.

Em sua produção, Bonikta trabalha com a sobreposição de formas e figuras, expressando sua arte por meio de diferentes técnicas e suportes, como fotografias, grafites, pinturas, tatuagens, máscaras e ilustrações digitais. “Saúde é água limpa e floresta de pé, e minhas criações trazem muitos desses elementos em suas composições, do bem viver junto à natureza”, afirma.



Assinam ainda outras obras os artistas Adriana Ramalho (Manaus/AM), Andreia da Silva (Careiro/AM), Auá Mendes (Manuas/AM), Gê Viana (Santa Luzia/MA), Josias Marinho (Real Forte Príncipe da Beira/RO), Kerolayne Kemblin (Manaus/AM), Laíza Ferreira (Manaus/AM), Rakel Caminha (Manaus/AM), Silvana Mendes (São Luís/MA) e Victor Hugo Reis (Manaus/AM).

O download da publicação está disponível no site https://concertacaoamazonia.com.br.

Sobre a Concertação

Uma Concertação pela Amazônia é uma rede que reúne mais de 800 pessoas e instituições. Sociedade civil, setor privado, governos e academia formam um ambiente permanente de construção de ambições que trazem as Amazônias para o debate sobre o desenvolvimento do Brasil. Mais do que um espaço de diálogo e de sistematização de conhecimento que valoriza a diversidade e o conhecimento tradicional e científico, a rede elabora estudos, como o de Bioeconomia Indígena e Biodiversidade, desenvolve iniciativas estruturantes, como o Itinerários Amazônicos, e articula e encaminha demandas do território para construção coletiva de políticas públicas em parceria com governos.

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