Com 2.026.473 hectares queimados em agosto, a Amazônia foi o segundo bioma mais afetado pelo fogo no Brasil, segundo o Monitor do Fogo, do MapBiomas, que inclui dados até o dia 12 de setembro. Os estados que mais contribuíram para essas queimadas foram Mato Grosso e Pará, seguidos por Mato Grosso do Sul, Tocantins e, em quinto lugar, o Amazonas. Os municípios com as maiores áreas afetadas foram São Félix do Xingu (PA), Corumbá (MS) e Porto Murtinho (MS).
“No mês de agosto, o fogo na Amazônia avançou de maneira preocupante, com um aumento significativo na área queimada em comparação ao ano passado. Trinta por cento da área queimada foi de formação florestal. A combinação de atividades humanas e condições climáticas desfavoráveis, como a seca, está intensificando a ocorrência de incêndios, especialmente em áreas de pastagem e vegetação nativa,” diz Ane Alencar, coordenadora do MapBiomas Fogo.
Agosto
Agosto foi um mês devastador, com 5,65 milhões de hectares queimados, representando quase metade (49%) da área queimada no Brasil desde janeiro. Essa extensão equivale ao tamanho do estado da Paraíba, que possui 5,6 milhões de hectares. Na comparação com agosto de 2023, houve um aumento alarmante de 149%, o que significa que 3,3 milhões de hectares a mais foram queimados.
Foi o pior agosto desde o início do Monitor do Fogo, que começou em 2019. As pastagens corresponderam a 24% da área queimada, destacando-se como a principal área de uso agropecuário afetada.
Cerrado
No Cerrado, 65% da área queimada foi de vegetação nativa, com as formações savânicas representando um quarto (25%) da área total. Com 2,4 milhões de hectares queimados, o Cerrado liderou como o bioma com a maior área afetada, correspondendo a 43% de todas as queimadas no Brasil em agosto.
“Agosto trouxe um cenário alarmante para o Cerrado, com um aumento expressivo da área queimada, a maior nos últimos seis anos,” detalha Vera Arruda, pesquisadora no IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e coordenadora técnica do Monitor do Fogo.
A área queimada no Brasil desde janeiro mais que dobrou em relação ao mesmo período de 2023, totalizando 11,39 milhões de hectares, um crescimento de 116%. Quase três em cada quatro hectares (70%) queimados eram de vegetação nativa, com as pastagens liderando as áreas agropecuárias afetadas, totalizando 2,4 milhões de hectares queimados.
Entre janeiro e agosto de 2024, Mato Grosso concentrou 21% da área queimada no Brasil, com 2,3 milhões de hectares. Roraima e Pará ocupam o segundo e terceiro lugares, com 1,99 milhão e 1,56 milhão de hectares queimados, respectivamente.
Embora esses três estados respondam por mais da metade (52%) da área total, o município com maior área queimada é Corumbá (MS), com 616.980 hectares, seguido por São Félix do Xingu (PA) e Amajari (RR).
Os dados indicam que a Amazônia, como um todo, concentrou 48% da área queimada no Brasil entre janeiro e agosto, totalizando 5,4 milhões de hectares.
No Pampa, 500 mil hectares foram queimados em agosto, marcando um aumento de 683% em relação à média anterior. Entre janeiro e agosto, a área total queimada foi de 615 mil hectares, com 72% dessas queimadas ocorrendo em áreas agropecuárias, destacando a cana-de-açúcar com 215 mil hectares queimados. Na Caatinga, 51 mil hectares foram queimados, um aumento de 22% em relação ao ano anterior.
Por outro lado, no Pampa, a área queimada entre janeiro e agosto de 2024 foi de 2,7 mil hectares, sendo o menor valor dos últimos três anos para esse período. Este padrão está associado à maior umidade observada na região, com chuvas acima da média para o período.
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