Cintia Magno – Navios de cruzeiro irão garantir parte das hospedagens aos visitantes que estarão em Belém para participar da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), realizada em novembro deste ano.
Recentemente, o Governo Federal, por meio da Casa Civil da Presidência da República, anunciou a formalização do Contrato de Garantia de Solução de Hospitalidade que prevê a disponibilização de 6 mil leitos em navios, com uma reserva inicial de leitos destinados à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Mas, afinal, como são os chamados navios de cruzeiro e qual a diferença deles para um navio comum?
Mais do que um meio de transporte, os navios de cruzeiro são considerados hotéis flutuantes, na medida em que integram, além da hospedagem, uma série de serviços e atividades que envolvem desde gastronomia, entretenimento e experiências a bordo.
Em muitos casos, é possível encontrar cruzeiros que oferecem serviços como aulas de dança; prática de atividades físicas e algumas modalidades esportivas; festas temáticas; shows musicais e apresentações artísticas circenses, entre outras atividades.
Apesar da relação direta feita entre os cruzeiros e essas megaestruturas luxuosas, é preciso entender que há diferença entre os cruzeiros marítimos e os fluviais. Até mesmo pela necessidade de transitar por rios, os cruzeiros fluviais são menores e costumam oferecer uma experiência mais intimista, apresentando, em geral, capacidade para até 200 passageiros. Enquanto alguns navios marítimos podem acomodar milhares de hóspedes.
Considerado o maior navio de cruzeiro do mundo, o navio Icon of the Seas, do grupo Royal Caribbean, tem 365 metros de comprimento e pode acomodar até 7,6 mil passageiros a bordo. Inaugurado em 2024, o navio conta com 2.759 cabines, 20 restaurantes, sete piscinas, nove piscinas de hidromassagem e pesa mais de 250 mil toneladas. O navio faz uma rota que normalmente inicia e encerra em Miami, nos Estados Unidos da América (EUA), onde fica a sede da empresa responsável pelo Icon of the Seas.
No Brasil, o setor de cruzeiros marítimos vem apresentando crescimento, segundo aponta a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (CLIA Brasil).
De acordo com o Estudo de Perfil e Impactos Econômicos de cruzeiros marítimos no Brasil, realizado pela CLIA Brasil em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), na temporada 2023-2024 “09 navios percorreram 15 destinos no Brasil, registrando um total de 844.462 cruzeiristas, o maior número de cruzeiristas de toda a série histórica, superando a temporada 2011/2012, quando foram registrados 805.189”. Para além disso, de acordo com o estudo, o impacto econômico total registrado foi de aproximadamente R$ 5,2 bilhões na temporada.
Para a conferência do clima da ONU em Belém, de acordo com informações divulgadas na página oficial da COP30, o Governo Federal vem conduzindo diálogos com companhias de cruzeiro desde o início de 2024, com o objetivo de possibilitar que as empresas possam integrar parte das soluções de hospitalidade flutuante para atender à demanda da conferência.
De acordo com o Governo Federal, até 24 de abril deste ano, duas companhias haviam manifestado interesse em ofertar leitos previstos no Contrato de Garantia de Solução de Hospitalidade, as companhias marítimas MSC Cruzeiros e Costa Cruzeiros.
Entre os cruzeiros realizados pela MSC Cruzeiros no Brasil, com embarques no porto de Santos, em São Paulo, o navio MSC Seaview tem amplas áreas ao ar livre e um atrium que se estende por quatro andares, com duas passarelas com piso de vidro em suas laterais. O navio de cruzeiro possui, ainda, parque aquático, cinco piscinas e 13 hidromassagens, duas tirolesas com 105 metros de comprimento cada, toboáguas, 17 bares e lounges, boliche, cinema XD, teatro, além de academia, lojas e SPA.
Pela companhia Costa Cruzeiros, um dos navios que fazem itinerário saindo também do Porto de Santos é o Costa Diadema. O navio conta com 756 cabines com varanda, 11 piscinas e hidromassagens, parque aquático com tobogãs, 8 restaurantes, 11 bares, cassino, salão de beleza, spa, quadra poliesportiva, academia, além de teatro, cinema, galerias de arte. A embarcação tem capacidade para 4.947 passageiros.
ATRACAÇÃO
- Para que seja possível a atracação de navios de cruzeiro em Belém durante a COP, o Governo Federal informou que já está em obra a revitalização e ampliação do Porto de Outeiro. O investimento garantirá a infraestrutura necessária para receber embarcações de grande porte.
Obra da Nova Tamandaré já pode ser vista
Em Belém, quem transita pelas travessas Padre Eutíquio e São Pedro, já pode acompanhar de perto os avanços da obra da Nova Tamandaré, uma das intervenções estruturais da COP 30 (Conferência Mundial sobre Mudança do Clima), para a qual a capital paraense se prepara para ser a grande anfitriã em novembro de 2025. Com 72% de serviços executados, a Quadra I do Parque Linear da Nova Tamandaré está sem as divisórias (tapumes) e pode ser apreciada, agora, que o trecho também recebe nova pavimentação asfáltica.
“O Estado segue avançando com os cronogramas das obras que fazem parte dos investimentos da COP 30 e chegou o momento dos moradores de Belém acompanharem o andamento dos serviços da Nova Tamandaré, que está gerando quase 420 empregos. Essa importante e histórica via de Belém está sendo transformada com serviços de saneamento, urbanização, paisagismo e recuperação do canal”, destacou o secretário de Obras Públicas, Ruy Cabral.
A Quadra I da Nova Tamandaré tem 137 metros de extensão e conta com três áreas de contemplação, mesas com jogos de tabuleiro com bancos em madeira, lixeiras, paraciclos, ciclovia e calçadas acessíveis.
Novas árvores já estão sendo plantadas na Quadra I da Nova Tamandaré, que contará também com espaços verdes que funcionam como esponjas, absorvendo parte da água da chuva antes que ela escoe para o sistema de drenagem, reduzindo o risco de alagamentos. Ao longo das nove quadras, o Parque Linear vai ganhar 78 árvores novas.
Além dos serviços do parque linear, a Nova Tamandaré vem recebendo as obras de saneamento para garantir a coleta adequada do esgoto sanitário dos imóveis localizados no entorno do canal do bairro da Campina.
O saneamento da Bacia da Tamandaré é executado pelo Governo do Pará, através da Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop). O trabalho inclui rede coletora de esgoto, assentamento de poços de visita, execução de ramais domiciliares, demolição e recomposição de pavimento asfáltico, além da construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto, Estação Elevatória de Esgoto e Estação Elevatória de Águas Pluviais.
A obra da Nova Tamandaré tem cerca de 1,4 quilômetro de extensão. Na área, serão executados 2,5 quilômetros de pavimentação asfáltica, recuperação do canal, drenagem, esgotamento sanitário, paisagismo, urbanização, instalação de passarelas e o trecho recebeu cinco novas comportas que controlam o fluxo das marés no local.
O Governo do Pará investe para melhorar a mobilidade, o lazer e a urbanização em Belém. São construídos espaços de convivência, como quiosques, áreas contemplativas e para eventos, ciclovias, playground, espaço pet, academia ao ar livre, árvore solar. Os serviços englobam a urbanização da Praça Onze de Junho e a construção da Praça do Terminal, que se integrará ao Novo Terminal Hidroviário da Tamandaré.
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