Nesse Dia Mundial da Água, as Nações Unidas fazem um apelo pela preservação dos ecossistemas que abastecem o planeta com água doce.
O objetivo é conservar e restaurar lagos, rios, pântanos, aquíferos, manguezais e geleiras, que estão sob ameaça crescente das mudanças climáticas, poluição e outros fatores.
Quem sofre com a falta de acesso à água?
A ONU News ouviu o ex-relator da ONU para o Direito à Água e ao Saneamento Básico, Leo Heller. Ele enfatizou que o reconhecimento desse recurso como um direito humano implica refletir sobre quem não está tendo essa necessidade atendida.
“E se nós examinarmos as estatísticas sobre a distribuição do acesso aos serviços de água, nós vamos identificar que aqueles que não recebem a água de uma forma adequada estão localizados principalmente naqueles países em desenvolvimento, estão localizados nas zonas rurais, mais do que nas zonas urbanas, são populações tradicionais, como indígenas. São aquelas populações que vivem na periferia das grandes cidades, em assentamentos informais. Quem mais recebe a carga pela falta de acesso à água são as mulheres e as meninas. Então esses elementos não devem sair do nosso radar”.
ONU News O ex-relator da ONU para o Direito à Água e ao Saneamento Básico, Leo Heller
Heller defende que os países e seus governos devem estruturar políticas de água, tendo como foco prioritário o atendimento a essas populações, historicamente excluídas.
“Então, ao mesmo tempo que devemos celebrar o Dia Mundial da Água, devemos ficar atentos àqueles que não têm acesso a esse precioso recurso e mobilizar esforços da comunidade internacional, mas sobretudo dos países e seus governos nacionais e subnacionais, para garantir esse acesso como universal, igualitário e alinhado com os princípios dos direitos humanos”.
Ciclo da água mais imprevisível e extremo
De acordo com dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, quase metade dos países do mundo tem pelo menos um ecossistema significativo de água doce em declínio.
O levantamento atribui a queda a uma série de fatores, incluindo a mudança climática, que está tornando muitos lugares mais secos, o uso excessivo de água, a construção de barragens e a conversão de ecossistemas de água doce, como pântanos, em fazendas ou áreas urbanas.
Um menino coleta água de uma bacia hidrográfica reabilitada no estado do Nilo Branco, no sul do Sudão
Nesse Dia Internacional da Água, a ONU lançou o Relatório Mundial sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2025.
O documento enfatiza que, para bilhões de pessoas, o derretimento do gelo das montanhas é essencial para a água potável e o saneamento, a segurança alimentar e energética e a integridade do meio ambiente.
Mas com o aquecimento global, as geleiras estão encolhendo mais rápido do que nunca, tornando o ciclo da água mais imprevisível e extremo.
O recuo glacial intensifica inundações, secas, deslizamentos de terra e aumento do nível do mar, com consequências devastadoras para as pessoas e a natureza.
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