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quinta-feira, novembro 21, 2024
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COP29: conheça todos os participantes e o que está em jogo

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Brenda Hayashi/DOL com informações da CNN – A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, COP29, iniciou segunda-feira, dia 11, em Baku, Azerbaijão. Quase 200 países se reúnem para discutir questões climáticas, embora alcançar um consenso em um fórum tão amplo possa ser desafiador.

A seguir, destacamos alguns dos principais participantes e blocos de negociação que estarão presentes na COP29.

China

A China é a maior produtora de energia proveniente de combustíveis fósseis, além de ser uma significativa fonte de energia renovável. O país é responsável por aproximadamente 30% das emissões globais anuais de carbono, consolidando sua posição como o maior emissor de gases de efeito estufa. Recentemente, as emissões da China podem ter alcançado seu pico, impulsionadas pelo crescimento nas energias renováveis, de acordo com o Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo, localizado em Helsinque, Finlândia.

Apesar de ser a segunda maior economia mundial, a China mantém a classificação de país em desenvolvimento nas negociações climáticas da ONU, que tiveram início na década de 1990. Dessa forma, o país argumenta que os Estados Unidos e outras nações industrializadas devem liderar as ações climáticas. Além disso, Pequim rejeita os pedidos para contribuir com financiamento climático para países em desenvolvimento. A China enviará um novo diplomata para as mudanças climáticas à COP29, substituindo Xie Zhenhua – que se aposentou – por Liu Zhenmin, ex-vice-ministro das Relações Exteriores.

Estados Unidos

Como o segundo maior emissor de gases de efeito estufa e o maior emissor histórico, os Estados Unidos chegam à COP29 em um contexto político que prevê o retorno de Donald Trump ao cargo em 2025. Os negociadores americanos do governo Biden, liderados pelo conselheiro sênior da Casa Branca, John Podesta, representarão o país no evento. No entanto, a vitória de Trump pode dificultar um acordo robusto sobre novas metas financeiras globais ou a ampliação do grupo de países que devem contribuir.

Trump já expressou sua intenção de se retirar do Acordo de Paris de 2015, descrevendo as iniciativas de energia verde como uma “fraude”. Embora o governo Biden tenha alocado centenas de bilhões de dólares para mitigação e adaptação às mudanças climáticas por meio da Lei de Redução da Inflação, os EUA continuam sendo o maior produtor mundial de petróleo e gás durante a presidência atual.

União Europeia

Os 27 países da União Europeia ainda não definiram sua posição sobre algumas das questões mais controversas da COP29. Não foi informada a magnitude da nova meta de financiamento climático, nem quanto desse montante deve vir diretamente dos orçamentos nacionais, em comparação com instituições de empréstimos multilaterais ou investimentos privados. Entretanto, a UE exige que a China e outras economias em rápido desenvolvimento contribuam. Até o momento, a UE e seus estados-membros foram os principais doadores de financiamento climático global, tendo mais que dobrado suas contribuições na última década. Em 2023, a UE e seus estados-membros contribuíram com 28,6 bilhões de euros (US$ 30,8 bilhões) em financiamento climático a partir de fontes públicas.

Reino Unido

O governo britânico, liderado pelo Partido Trabalhista e eleito em julho, planeja reforçar seu compromisso com as mudanças climáticas na COP29. O Ministro da Energia, Ed Miliband, afirmou que a Grã-Bretanha está “de volta ao negócio da liderança climática”. O país, que sediou a COP26 em Glasgow em 2021, pretende apresentar seu novo conjunto de promessas de redução de emissões para 2035 durante a cúpula em Baku, antecipando-se ao prazo original de fevereiro. A Grã-Bretanha também possui uma meta financeira ambiciosa, embora ainda não esteja claro quanto poderá destinar, considerando seu orçamento endividado.

Troika

Os países anfitriões da COP28, COP29 e COP30, autodenominados “a troika”, afirmaram no ano passado que estão colaborando para assegurar a continuidade das negociações climáticas anuais da ONU. Todos os três países têm economias que dependem de combustíveis fósseis. Os Emirados Árabes Unidos, anfitriões da COP28, e o Brasil, que sediará a COP30, estão entre os dez maiores produtores de petróleo do mundo, enquanto o Azerbaijão, sede da COP29, é um defensor de sua indústria de gás natural.

Países “básicos”

Nações populosas e de rápido desenvolvimento, como Brasil, África do Sul, Índia e China, podem influenciar significativamente a capacidade global de enfrentar as mudanças climáticas. Cada um desses países solicita mais financiamento climático com base no princípio de “responsabilidades comuns, mas diferenciadas”, que argumenta que os países ricos, historicamente os maiores emissores, devem assumir uma maior responsabilidade na resolução do problema.

Outros blocos de negociações

– G77 + CHINA: Esse grupo, composto por 77 países em desenvolvimento e a China, defende que os países ricos têm uma responsabilidade maior na redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) em comparação com as nações mais pobres.

– Grupo africano de negociadores: Os países africanos buscarão na COP29 mais financiamento climático e a implementação do Artigo 6 do Acordo de Paris, que trata das regras do mercado de carbono. Eles expressam preocupação com a inatividade do fundo de perdas e danos diante das recentes enchentes na África Oriental e das ondas de calor no Sahel. Os países africanos contestarão a decisão de instalar o órgão de assistência técnica do fundo em Genebra, preferindo Nairóbi, capital do Quênia, como localização.

– Aliança dos pequenos estados insulares: Este influente grupo, que enfrenta impactos climáticos desproporcionais, como o aumento do nível do mar, está focado em assegurar trilhões de dólares em financiamento climático e em promover esforços globais para eliminar gradualmente o uso de combustíveis fósseis.

– Grupo de países menos desenvolvidos: Composto por 45 nações, este grupo é altamente vulnerável às mudanças climáticas, apesar de suas baixas contribuições para o problema. Eles pedem financiamento substancial de países desenvolvidos, preferencialmente na forma de subsídios, além de solicitar que mais recursos sejam direcionados ao fundo de perdas e danos.

– Coalizão de alta ambição: Sob a liderança das Ilhas Marshall, este grupo defende metas e políticas mais rigorosas para a redução de emissões.

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