Após seis rodadas disputadas, o Paysandu segue sem conquistar a primeira vitória no Campeonato Brasileiro da Série B. Pior ainda, está afundado na vice-lanterna da competição, com apenas dois dos 18 pontos possíveis. O time paraense tem o pior ataque do torneio, ao lado do Amazonas (lanterna), com apenas dois gols marcados, além da terceira pior defesa (7), ficando com a média de 1,17 gols por jogo.
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Diante desse cenário, a torcida bicolor já começa a apontar alguns “culpados” por esse início, no mínimo, decepcionante. Em 2024, o Papão só venceu pela primeira vez na oitava rodada e conseguiu se recuperar ao longo da campanha, garantindo a permanência na Série B.
No entanto, em 2025, além da ausência de resultados, há o agravante do fraco desempenho no geral, especialmente em partidas como visitante, além da frustração de ver o maior rival, o Clube do Remo, largando bem e assumindo a liderança da competição com 12 pontos.
LUIZINHO LOPES
O técnico Luizinho Lopes chegou a Belém em fevereiro, substituindo Márcio Fernandes. Desde então, comandou a equipe em 18 partidas, somando 6 vitórias, 7 empates e 5 derrotas, o que representa um aproveitamento de 46,2% à frente do time bicolor.
Apesar da conquista do pentacampeonato da Copa Verde, o trabalho do treinador segue sendo alvo de críticas, principalmente devido à campanha na Série B. Em seis rodadas, o time soma apenas dois empates e quatro derrotas. Luizinho já apresentou diversas justificativas para a má fase, mas o que realmente importa para o torcedor são os resultados – e estes não têm aparecido.
É verdade que, em alguns confrontos, o Paysandu teve boa atuação, criou chances e merecia um placar melhor. Porém, a ineficiência ofensiva é evidente: dos dois únicos gols marcados até agora na competição, nenhum saiu dos pés dos oito atacantes que compõem o elenco.
A ausência de vitórias, aliada ao desempenho abaixo do esperado –especialmente fora de casa – e à inoperância do setor ofensivo, acaba por recair sobre Luizinho, que se torna, senão o principal, um dos responsáveis pela má campanha do Papão até o momento.
FELIPE ALBUQUERQUE
Em 9 de setembro de 2024, ainda durante a disputa da Série B, a diretoria do clube anunciou o retorno de Felipe Albuquerque ao cargo de executivo de futebol – função que já havia ocupado entre 2019 e 2020.
O retorno de Felipe não agradou a todos os torcedores, sobretudo pelas polêmicas da primeira passagem. Ainda assim, o então presidente Maurício Ettinger optou por trazê-lo de volta, vindo do Barra-SC, para conduzir o departamento de futebol e buscar a permanência na Série B – objetivo alcançado com duas rodadas de antecedência.
Já em 2025, Felipe pôde atuar diretamente na formação do elenco durante a janela de transferências, promovendo diversas contratações e reformulando praticamente o time. Em entrevista à Rádio Clube do Pará, no início de abril, ele afirmou que “não há grandes impedimentos para contratar atletas, nem mesmo a localização de Belém”. Segundo ele, até então, haviam sido feitas “16 contratações, todas pontuais e bem pensadas, respeitando os critérios definidos como essenciais”.
Contudo, passadas seis rodadas, essas “contratações pontuais” ainda não deram retorno dentro das quatro linhas. Em competições de menor exigência técnica, como o Parazão e a Copa Verde, a equipe foi bem, conquistando o título regional e chegando à final do estadual. No entanto, no principal campeonato do ano, o desempenho está aquém do esperado e preocupa o torcedor.
Faltando um mês para a próxima janela de transferências, as deficiências do elenco, sobretudo no ataque – apesar dos oito jogadores de frente –, são notórias. Felipe Albuquerque precisará redobrar os esforços para corrigir eventuais equívocos nas contratações realizadas.
DIRETORIA BICOLOR
O Paysandu iniciou 2025 sob nova gestão – embora não exatamente nova. O presidente Roger Aguilera, que era vice na administração anterior, está no clube desde 2010, tendo ocupado diversos cargos administrativos ao longo dos anos. Ele conhece como poucos a realidade da instituição e já contribuiu em momentos importantes da história recente do Papão.
Nos últimos meses, Roger vem alertando sobre dificuldades financeiras, especialmente pela redução das cotas de TV e pela necessidade de mandar jogos no Mangueirão, devido às reformas na Curuzu.
No entanto, em entrevista ao portal Poder360, o presidente revelou que o clube registrou um crescimento de 100% na arrecadação com patrocínios nos primeiros quatro meses de 2025, em comparação com o mesmo período da temporada passada. “Hoje, sem sombra de dúvidas, vivemos o melhor momento da história do clube em termos de patrocínio”, afirmou Aguilera.
Com essa melhora na receita, espera-se que o clube consiga realizar investimentos mais certeiros na próxima janela (10 de julho). Até lá, será preciso se virar com o elenco atual. A diretoria, portanto, terá que redobrar seus esforços para reverter o cenário preocupante na Série B.