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terça-feira, fevereiro 11, 2025
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Tecnologias presentes no PCT Guamá auxiliam o combate ao desmatamento na Amazônia

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Agência Pará – O Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá abriga iniciativas inovadoras voltadas ao monitoramento ambiental e à preservação da floresta amazônica, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a startup Solved, ambos fundamentais no combate ao desmatamento e à degradação ambiental na região. No complexo, a colaboração entre os setores público e privado converge para um objetivo comum: a preservação da Amazônia.

Nesse contexto, geram dados que orientam decisões estratégicas. Em 2024, medidas do Governo do Estado resultaram no embargo de mais de 37 mil hectares utilizados para atividades ilegais, como desmatamento e garimpo. Segundo o Inpe, tais medidas contribuíram para uma redução de 28,4% na degradação, consolidando uma tendência de queda nos últimos três anos. Essas ações integram o Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), que alia fiscalização rigorosa a incentivos para alternativas econômicas sustentáveis, promovendo uma economia de baixa emissão de carbono.

Os esforços das operações levaram ao fechamento de quatro garimpos clandestinos, à destruição de 82 acampamentos ilegais, à apreensão de 9,5 mil metros cúbicos de produtos florestais e ao confisco de 272 equipamentos utilizados em crimes ambientais. Coordenadas pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), com o apoio de diversas forças de segurança, essas ações concentram-se em áreas críticas, como São Félix do Xingu, Uruará e Novo Progresso, intensificando a fiscalização e o combate aos crimes ambientais.

Foto: Sérgio Moraes – Fundação Guamá

Inpe e o sistema Deter – Desde 2010, o Inpe opera no PCT Guamá por meio da Coordenação Espacial da Amazônia, gerenciando o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter). Essa ferramenta avançada permite identificar desmatamentos, degradações e explorações florestais quase em tempo real, fornecendo dados essenciais para os órgãos fiscalizadores e contribuindo para a prevenção e o combate ao desmatamento ilegal.

O monitoramento diário é realizado por especialistas em geologia, computação e outras áreas, que analisam ocorrências de desmatamento, mineração ilegal, queimadas e outros impactos sobre a vegetação nativa. Com essa agilidade, órgãos como Semas, Ibama e ICMBio podem intervir antes que a floresta seja severamente comprometida.

Para viabilizar esse processo, o Deter utiliza softwares avançados, como o TerraAmazon, desenvolvido pelo próprio Inpe, que possibilita a análise colaborativa de imagens georreferenciadas. Os dados gerados são disponibilizados no portal TerraBrasilis, garantindo acesso a informações precisas sobre a vegetação nativa. Além de apoiar os órgãos fiscalizadores, essas informações são fundamentais para a formulação de políticas públicas voltadas à conservação ambiental.

Foto: Sérgio Moraes – Fundação Guamá

Tecnologia para Sustentabilidade – A Solved, empresa de base tecnológica residente no PCT Guamá, desenvolve soluções inovadoras para o monitoramento ambiental. Utilizando inteligência artificial e análise geoespacial, a empresa cria plataformas que facilitam a identificação de áreas em risco de degradação e aprimoram a gestão de recursos naturais. Essas tecnologias tornam a fiscalização mais eficiente e contribuem para a formulação de estratégias eficazes no combate ao desmatamento.

Entre os pesquisadores que impulsionam essas inovações está o oceanógrafo Cesar Diniz, CEO da startup e especialista no uso de imagens de satélite para estudos ambientais. Com um pós-doutorado em Harvard, consolidou-se como referência em sensoriamento remoto. Seu trabalho começou com a detecção de manguezais ao longo da costa do Pará e evoluiu para a identificação de áreas de mineração ilegal na Amazônia.

Como integrante do projeto MapBiomas, Diniz utiliza inteligência artificial para mapear mudanças ambientais em larga escala, ampliando a compreensão sobre as dinâmicas da vegetação ao longo dos anos. Atualmente, seu pós-doutorado concentra-se na modelagem da disseminação da malária em áreas de garimpo e desmatamento, uma pesquisa essencial para o planejamento da saúde pública na região. Ele enfatiza a importância da atuação de cientistas amazônicos na solução de problemas locais, promovendo inovação e sustentabilidade.

Foto: Pedro Guerreiro – Agência Pará

“A boa aplicação de uma solução deve sempre levar em consideração as características locais. Os profissionais da Amazônia são essenciais para pensar soluções amazônidas. Nosso trabalho é inteligência espacial, criação de mapas, cartografia e algoritmos para soluções espaço-relacionadas, sempre levando em conta as características do contexto amazônico, seja a cultura, os povos ou o clima”, explica Diniz.

Desde 1985, o sensoriamento remoto tem sido uma ferramenta importante para monitorar a expansão dos garimpos na Amazônia. A mineração ilegal deixou marcas profundas no ecossistema, criando milhares de crateras que, com o tempo, tornaram-se reservatórios de água e potenciais fontes de impacto ambiental. A relação entre desmatamento, garimpo e doenças tropicais é um fator crítico para a formulação de estratégias de conservação e desenvolvimento sustentável.

“O desafio não é apenas gerar dados, mas transformá-los em informação de qualidade, facilmente compreensível para gestores públicos e utilizável na formulação de políticas públicas que melhoram a qualidade de vida das pessoas”, destaca Diniz.

Referência em inovação na Amazônia – O PCT Guamá é uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Sectet, que conta com a parceria da UFPA, Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e gestão da Fundação Guamá.

Foto: Pedro Guerreiro – Agência Pará

É o primeiro parque tecnológico a entrar em operação na região Norte do Brasil e visa estimular a pesquisa aplicada e o empreendedorismo inovador e sustentável para melhorar a qualidade de vida da população.

Localizado às margens do rio Guamá, que dá nome ao complexo, o PCT Guamá está situado entre os campi das duas universidades e conta com um ecossistema rico em biodiversidade, estendendo-se por 72 hectares, destinados a edificações e à Área de Proteção Ambiental (APA) da Região Metropolitana de Belém.

O complexo conta com mais de 30 empresas residentes (instaladas fisicamente no parque), mais de 40 associados (vinculados ao parque, mas não fisicamente instalados), 12 laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de processos e produtos, com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Escola de Ensino Técnico do Estado do Pará (Eetepa) Dr. Celso Malcher, além de atuar como referência para o Centro de Inovação Aces Tapajós (Ciat), em Santarém, oeste do Estado.

O PCT Guamá integra a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e International Association of Science Parks and Areas of Innovation (Iasp), e faz parte do maior ecossistema de inovação do mundo.

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